ATA DA CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 13.12.1996.

 

Aos treze dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Femando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonuma, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas Nonagésima Oitava, Nonagésima Nona, Centésima, Centésima Primeira, Centésima Segunda, Centésima Terceira, Centésima Quarta, Centésima Quinta, Centésima Sexta, Centésima Sétima Sessões Ordinárias, Trigésima Oitava, Trigésima Nona, Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões Solenes, Décima Quarta, Décima Quinta, Décima Sexta, Décima Sétima, Décima Oitava, Décima Nona e Vigésima Sessões Extraordinárias, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhadas: pelo Ver. Isaac Ainhorn, 01 Indicação n.º 97/96 (Processo n.º 3117/96), 04 Pedidos de Providências; pelo Ver. João Dib, 01 Pedido de Informações n.º 155/96 (Processo n.º 3128/96); pelo Ver. Nereu D'Ávila, 01 Pedido de Providências e pelo Executivo Municipal. 04 Projetos de Lei do Executivo n.ºs 72,73,74 e 75/96 (Processos n.ºs 3130, 3132 3135 e 3137/96). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios n.ºs 515 516, 521, 522, 523, 524 e 525/96 do Senhor Prefeito Municipal; 77/96, do Senhor Jocelei Luiz Consalter Flores, Presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul UVERGS; 169/96, do Senhor Fernando Ruskowski Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Butiá; 563 e 564/96, do Senhor Paulo Vidal, Deputado Estadual; 812 e 835/96, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, 1226/96, do Senhor Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa- ARI; 2033/96, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado do Rio Grande do Sul e s/n.º do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; telegramas: do Senador Epitácio Cafeteira; do Senhor Michel Temer, Deputado Federal; do Senhor Quintiliano Machado Vieira; da Senhora Maria do Carmo Bueno, Deputada Estadual; da Senhora Isabel Ibias, Diretora da Casa de Cultura Mário Quintana: do Senhor Arno Frantz, Deputado Estadual; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul: do Senhor Dirceu Brizolla, Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho; da Senadora Emília Fernandes e do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho. Chefe da Casa Civil do Estado do Rio Grande do Sul. cartões: da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Secretária da Educação do Estado do Rio Grande do Sul; da Senhora Isabel Ibias. Diretora da Casa de Cultura Mário Quintana; fax: do Senhor F1ávio Portinho Sirangelo, Vice - Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e do Ver. Dalto Moreira, da Câmara Municipal de São Gabriel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Pedro Américo Leal criticou o Partido dos Trabalhadores que no seu entendimento, deixou passar a oportunidade de harmonizar a Casa, em detrimento de dois anos de mandato na Presidência do Legislativo. O Ver. Jocelin Azambuja falou da sua satisfação em ter exercido a vereança nesta Legislatura. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução n.º 29/96; os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 173/96 e 176/96, discutido pelo Ver. João Motta; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução n.º 32/96, discutido pelo Vereadores Jocelin Azambuja e Milton Zuanazzi. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Vereador Raul Carrion pronunciou-se a respeito de matéria publicada no Jornal Correio do Povo de ontem, relativa à fábrica da General Motors, criticando a política neoliberal do governo estadual. O Ver. Fernando Záchia prestou homenagem ao Ver. Airto Ferronato, dizendo que o mesmo, em dois mandatos exercidos, honrou a história e a tradição dos grandes nomes do Partido do Movimento Democrático Brasileiro. O Senhor Presidente registrou a presença em Plenário dos representantes e funcionários da "Television Europe", da Alemanha e França. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento do Ver. Edi Morelli, solicitando inversão dos trabalhos. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Ver. Edi Morelli mencionou o fato de ser esta a última oportunidade que tem de fazer uso da tribuna, externando sua satisfação por ter integrado este Parlamento. O Ver. Airto Ferronato agradeceu as palavras proferidas pelo Ver. Fernando Záchia, desejando pleno êxito aos novos vereadores que assumem na próxima Legislatura, bem como àqueles que se reelegeram. O Ver. Pedro Ruas dedicou seu pronunciamento aos Vereadores que hoje se despedem da Casa, ressaltando o significado do processo eleitoral para consolidação do processo democrático. Após, o Senhor Presidente comunicou ao público assistente que o projeto que trata do aumento dos futuros secretários municipais não se encontra na Ordem do Dia de hoje, haja vista o prazo regimental de relato findar na próxima terça-feira. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Negrinho fez um resumido relato de sua atuação nesta Casa, relembrando sua infância, passada na Vila Cruzeiro, onde surgiu o ideal de ser vereador de Porto . Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Ver. Milton Zuanazzi disse ser um "epicurista" por natureza, acreditando na felicidade total mesmo quando, aparentemente. as situações sejam desfavoráveis, além de se considerar um eterno aprendiz, além de ser, politicamente, um trabalhista por convicção. O Ver. João Motta afirmou que, certamente, ao início da nova Legislatura, o Plenário desta Casa não será o mesmo, haja vista a ausência daqueles que não se reelegeram. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Isaac Ainhorn aproveitou o ensejo para, pessoalmente, externar aos Vereadores que hoje se despedem seu respeito e consideração, manifestando sua convicção de que a história deste Parlamento tem como fundamento o mandato e a pessoalidade de cada um de seus componentes. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foram aprovados Requerimentos de Licença para Tratar de Interesses Particulares dos Vereadores João Verle e Giovani Gregol, no dia de hoje, dando posse, o Senhor Presidente, aos Suplentes João Pirulito e Antonio Losada, informando que Suas Excelências integrarão, respectivamente, as Comissões de Economia, Finanças e Orçamento, e de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib, aditado pelos Vereadores José Valdir e Artur Zanella no sentido de alteração na ordem dos processos constantes na Ordem do Dia. Os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das onze horas e vinte e dois minutos às onze horas e vinte e sete minutos, com vistas à realização de Reunião Conjunta das Comissões. Em Votação Nominal, 2º Turno, foi aprovado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 04/96, por vinte e oito votos SIM dos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, CIóvis IIgenfritz, EIói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Gerson Almeida, João Pirulito e Antônio Losada. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 47/93 que, após ser encaminhado à votação pelo Ver. Artur Zanella, teve adiada sua discussão por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, do Ver. Artur Zanella. Em Votação, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Mário Fraga, Jocelin Azambuja, João Dib, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Airto Ferronato e Reginaldo Pujol, ser submetido à votação nominal por solicitação do Ver. Reginaldo Pujol, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n.º 63/96, por vinte e um votos SIM, cinco votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Gerson Almeida, João Pirulito e Antônio Losada, Não os Vereadores Dilamar Machado, João Dib, Jocelin Azambuja, Nereu D'Avila, Wilton  Araújo e optando pela Abstenção o Vereador Luiz Negrinho. A seguir, o Senhor Presidente solicitou aos Vereadores Lauro Hagemann e João Motta que conduzissem ao Plenário a Delegação da Palestina, em visita à Casa, integrada pelo Embaixador da Delegação Palestina no Brasil, Senhor Musa Amer Odeh, pelo Prefeito da Cidade de Gaza, Senhor Aoun Sã di El Shawa, pelo Membro do Conselho Municipal da Cidade de Gaza na Área de Esportes, Issa Tarzi e pelo Diretor Geral do Conselho Municipal da Cidade de Gaza, Senhor Rabee Ayyad. Ato contínuo, o Senhor Presidente saudou os representantes palestinos e manifestou a satisfação da Casa e o significado histórico dessa visita, dizendo que Porto Alegre e o nosso País tem sua formação baseada, sobretudo, em etnias migratórias, desejando o estabelecimento de uma paz duradoura e definitiva à conflagrada região do Oriente Médio. O Ver. Lauro Hagemann, desejou boas vindas à delegação visitante, externando que os palestinos tenham seu território reconhecido como Estado soberano e que a paz entre árabes. palestinos e judeus seja uma realidade concreta, para tranqüilidade das colônias israelenses e palestinas aqui estabelecidas. O Ver. João Motta saudou os visitantes em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e pelo conjunto das demais Bancadas dizendo que a Casa se sente honrada pela visita recebida e fazendo um breve resumo do roteiro a ser cumprido pela delegação visitante em nossa Cidade. Retomando a ORDEM DO DIA, foi rejeitado, por doze votos SIM, treze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelo Ver. Jocelin Azambuja e submetido a votação nominal por solicitação do Ver. Jocelin Azambuja, Requerimento do Ver. João Dib solicitando alteração na ordem dos projetos constantes na Ordem do Dia, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Não os Vereadores Clóvis Ilgenfritz, Guilhenne Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Gerson Almeida, João Pirulito e Antônio Losada. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Henrique Fontana solicitando alteração na ordem de votação dos projetos constantes na Ordem do Dia, por quinze votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ter sido encaminhado a votação pelos Vereadores Airto Ferronato, João Dib, Henrique Fontana e Jocelin Azambuja, e submetido a votação nominal por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, CIóvis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Femando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Raul Carrion, Gerson Almeida, João Pirulito, Antônio Losada e optando pela abstenção o Ver. João Dib. Foi aprovado, ainda, Requerimento do Ver. Airto Ferronato, solicitando, também, alteração na ordem de apreciação dos projetos constantes na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados: o Substitutivo n.º 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 135/96, após ser encaminhado à votação pelo Ver. Isaac Ainhorn, declarando, o Senhor Presidente, prejudicado o projeto original os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 169 e 170/96; o Projeto de Resolução n.º 31/96 o Projeto de Lei do Legislativo n.º 91/95, com a Emenda n.º 01, após ser discutido pelo Ver. Artur Zanella; o Projeto de Lei do Executivo n.º 68/96 e o Projeto de Lei do Executivo n.º 69/96, após ser encaminhado à votação pelo Ver. Nereu D'avila e submetido à votação nominal por solicitação do Senhor Presidente, por dezenove votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D'Ávila, Raul Carrion, Wilton Araújo, Gerson Almeida, João Pirulito, Antônio Losada e optando pela Abstenção o Ver. João Dib. A seguir, o Senhor Presidente submeteu à consideração do Plenário Requerimento de prorrogação, nos termos regimentais, dos trabalhos da presente Sessão Ordinária, que foi aprovado por dezessete votos SIM dos Vereadores Airto Ferronato, Arthur Zanella, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Gerson Almeida e Antônio Losada. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Executivo n.º 71/96, discutido pelos Vereadores Artur Zanella, João Dib, Wilton Araújo e Henrique Fontana. Após, o Senhor Presidente declarou encerrada a discussão do Projeto de Lei do Executivo n.º 71/96, que deixou de ser votado face a inexistência de "quorum". Às treze horas e vinte e nove minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária de hoje à tarde. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Pedro Américo Leal e Mário Fraga e secretariados pelos Vereadores Clóvis Ilgenfritz, Wilton Araújo e Fernando Záchia, os dois primeiros como Secretários "ad hoc". Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Estão abertos os trabalhos.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores é lamentável que eu use a palavra num desabafo de final de ano, num quase desespero, com o plenário vazio. É o horário. Mas, nós temos que nos servir desta fase inicial da manhã para fazer os principais arroubos de protesto, porque esta é uma Casa que funciona como Conselho Fiscal e a isto eu tenho consciência, quase que me inconformado, mas prossigo.

Vejo que neste fim de ano letivo admiro uma situação muito triste, porque uma idéia que me perseguia, há muito tempo, se esvai, como se esvai o líquido que a gente procura deter entre as mãos. O que é o estado de necessidade, o que é o estado de direito, o que é o estado de graça se não o equilíbrio entre as leis, entre o soma, entre o psiquê. Por isso eu sempre admiro as criaturas que se conservam sob o estado de coerência. O que é o estado de coerência? É uma aglutinação de palavras que eu mesmo criei para mim: é um estado interessante; e o estado em que o indivíduo pensa e age como tal. Ele pensa assim e ele faz assim. E o PT não procedeu assim!

Neste fim de ano o PT deixou escapar das mãos dos líderes desta Casa a possibilidade de torná-la harmoniosa, adequada, permeável, porque se deixou enlevar por dois anos de poder. Não teve o estado de coerência que tanto apregoa este partido que se diz coerente. Não foi, e sacrificou com isso esta Casa. Quando me coloquei defensor das idéias do PT, coloquei-me também completamente alheio a qualquer cargo da Mesa, para poder ser o árbitro de tudo. E com isso o PT sacrificou também um grande valor desta Casa, que são as lideranças. Onde está, hoje em dia, a representação de um acordo de lideranças? Onde estão o PDT o PTB? Não pensem que eu irei prosseguir nesta Casa, por mais quatro anos, com o mesmo deslocamento, com o mesmo porte, com a mesma fúria, ou com a mesma vontade de acertar, quando vejo os líderes serem desmoralizados, tanto do PDT, como do PTB. Porque compareceram a reuniões para as quais não estavam investidos. O Líder do PDT mais o Líder do PTB não estavam investidos do poder para tal. Subtraíram o poder deles. O PT buscou um acordo de lideranças regional; de lideranças deslocadas pelo Sérgio Zambiazzi; o Sereno Chaise, Olívio Dutra, para uma decisão desta Casa. Esta Casa foi lesada, foi diminuída, porque os seus Líderes não foram prestigiados.

Não viro a página não. Cobro do PDT e do PTB a coerência de terem retirado aos seus Líderes a força de decidir sobre os destinos da Casa. De repente sorrateiramente tiraram a escada dos Líderes, ou, então, o Líder estava fazendo um papelão ali. Onde está o estado de coerência? Eu sou coerente. Há 27 anos defendi uma idéia e, agora, defendi-a outra vez. A casa precisava ter essa harmonia. Um ano para o PT, um ano para o PDT, um ano para o PTB, um ano para o PPB, um ano de Presidência. E a Casa tinha harmoniosamente se desvenciliando deste estado em que ela hoje se encontra, um estado de incompreensão, de inadequação, de inconformação.

Líderes do PDT, Líderes do PTB, como é que vou agora confiar em V. Exas.? Não sei. Quando é que V. Exas. estão falando a Verdade? Quando é que V. Exas. estão falando que se comprometem pelo Partido? Não sei, não tenho mais confiança nos Líderes do PDT e do PTB. Por que? Porque em reuniões, as mais variadas, comigo presente, chegaram a uma conclusão. E repentinamente como um vendaval, mudaram os ares dessa decisão.

Não pensem que virei a folha. É meu feitio, vou tratá-los com muita reserva. Por quê? Porque não sei com quem estou falando! Quando é que as Lideranças falam por elas e quando não falam? Era preciso explicar isso muito de acordo no fim do ano Legislativo. Porque esta Casa não pode passar por cima de coisas como esta: o estado de coerência do PT e a situação dos Líderes do PTB e PDT. É preciso explicar. As coisas tem que ser devidamente colocadas, ou não dêem explicações, mas eu quero desabafar, procuro desabafar, e fiz isso aqui, hoje. Tenho muitas restrições para com a Liderança do PDT e do PTB. Não sei quando é que elas falam pelo Partido ou quando não falam. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo Orador)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é o último pronunciamento que faço na Liderança do PTB, já não ocupando mais o cargo da Liderança, mas concedido pelo nosso Vice - Líder Paulo Brum.

Quero dizer aos Srs. Vereadores, aos funcionários desta casa que me orgulhei muito de ter sido Vereador da Câmara Municipal de Porto Alegre. Me orgulhei, mais ainda, porque consigo sair daqui com os mesmos princípios que entrei, não me afastei um milímetro das minhas convicções. Pude fazer política com seriedade, com responsabilidade; pude dar a minha contribuição forte a esta Casa, fazer aquilo que é o dever primeiro de qualquer parlamentar: a fiscalização dos atos do Executivo.

Um Vereador, um parlamentar é pago, em primeiro lugar para fiscalizar os atos do Executivo e, nesse sentido, fui extremamente duro. Existe apenas um fato que lamento: Lideranças do Governo tenham-me feito no ano passado - o seguinte relato: olha Vereador, os Vereadores que tem esse tipo de postura, como a sua, que são muito cobradores, que não negociam com o Executivo, acabam não se reelegendo. E eu respondi na mesma hora: posso não me reeleger, mas jamais negociarei um voto meu. Nós temos que mudar a mentalidade política, nós temos que mudar a estrutura política neste País, que começa, justamente, pelas Câmaras de Vereadores. Quando as pessoas começam a negociar , acabam perdendo os seus princípios e a sua identidade, e isso é muito ruim para a política.

Quando nós vemos as situações que ocorrem no Congresso Nacional e muitos vêm aqui nesta tribuna e criticam, reclamam, nada mais nada menos, tudo começou com esses homens políticos, homens públicos do Congresso Nacional em uma Câmara de Vereadores. Foi aqui que começou tudo! Aqui que se acostumaram a esse processo todo que muitos dizem que é fazer política mas que, na minha concepção, não é moral nem político. A política que o povo quer é outra: a da responsabilidade e da seriedade; a do voto consciente, do voto realmente dado com convicção; a de assumir posições e não, simplesmente, de garantir uma próxima eleição. Eu não garanti uma próxima eleição; eu cumpri com o meu dever. Agora, tenho a tranqüilidade de poder dizer a todos que saio com a mesma tranqüilidade, saio como entrei, sem jamais comprometer os meus ideais, os princípios que fundaram a minha estrutura de caráter. Tenho, também, que agradecer aos funcionários, com quem mantive um convívio extremamente positivo nesta Casa; com os Srs. Vereadores, de muitos levo admiração profunda pela competência, qualidade, condições pessoais e morais. Digo mais, com alguma coisa e de alguma forma contribuímos com esta Casa, tenho certeza.

Saímos, não sei por quanto tempo, mas este mandato está cumprido, e está cumprido de forma tranqüila, serena. Não me queixo de nada, não me arrependo de nada que fiz, porque sempre o fiz com a convicção de acertar. Entendo que temos de refletir muito e profundamente sobre o que queremos da política, e queremos dar ao nosso povo; sobre o que pensamos em termos de chegar ao poder: o que é chegar ao poder? Se a velha tese de que os fins justificam os meios, continua dominando. Acho que não deve ser assim, acho que devemos mudar; acho que devemos, realmente, fazer política de forma diferenciada. A sociedade nos exige, e temos certeza de que o povo está logo ali adiante, olhando tudo que acontece.

Espero que nós consigamos fortalecer o estado democrático com que tanto sonhamos, mas que não temos sido responsáveis para conservá-lo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, passa-se à

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2973/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO n.º 029/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que concede ao pianista João Antonio Peixoto Primo o Prêmio Artístico "Lupicínio Rodrigues".

 

PROC. 2965/96 - PROJETO DE LIEI DO LEGISLATIVO n.º 173/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Praça Antônio Firmo Gonzalez um logradouro público localizado no loteamento Jardim Vila Nova, no Bairro Vila Nova.

 

PROC. 3051/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO n.º 176/96, de autoria do Ver. Artur Zanella, que dá nova redação ao Art. 1º da Lei 7385, de 23 de de zembro de 1993, que denomina Av. Neusa Goulart Brizola um logradou ro público localizado no Bairro Petrópolis.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 3112/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO n.º 032/96, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei n.º 5811, de 08.12.1996, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre. (classes de Assistentes e Assessores Legislativos)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir a pauta.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores dentro da coerência com que sempre procurei vir a esta tribuna, eu tenho que me manifestar sobre esse Projeto que envolve o sistema de classificação de cargos que é proposto pelos funcionários desta Casa; também tenho o dever de oficio, porque sou advogado, nunca deixei de exercer minha profissão e continuo a exercer de forma tranqüila. Como sempre disse a minha profissão é advocacia, a política foi e será sempre um ato de contribuição com a sociedade, um dever meu com a comunidade. Entendo que este Projeto não tem nenhuma consistência. Eu estaria mentindo se quisesse vir aqui agradar aos funcionários e, no meu último pronunciamento, dizer "olha, vocês merecem, tem todo o direito e está correto". Não, não está correto. É um Projeto inconstitucional, ilegal não tem nenhuma consistência jurídica. Nós podemos sentar e conversar, e eu provarei para vocês. E um Projeto mal-encaminhado, mal preparado e que nenhum Vereador, de sã consciência, pode aprová-lo e, muito menos, o Presidente da Casa. Tenho o dever de dizer isso a vocês, como sempre fiz e tomei posições aqui que, muitas vezes, não agradaram, mas lamentavelmente, são as posições das minhas convicções.

Eu, como profissional do direito, não poderia chegar aqui e dizer que isso está correto. Posso conversar com qualquer colega advogado que tente me provar o contrário. Não existe nem o Parecer da Procuradora que deveria estar no processo; não existem outros pareceres para se discutir. Então, realmente, eu sou obrigado a dizer para vocês que não existe como, pela atual Constituição, fazer a transposição de cargos, porque existe um imperativo legal que é a formação de cada um, de cada faixa: há os que têm segundo grau, há os que têm nível superior. Isso não se passa de uma esfera para outra por decreto, tem que ser conforme determina a nova Constituição.

Assim eu tomei posição em outros projetos, quando, por exemplo, vim a esta tribuna e por muitas e muitas vezes defendi os funcionários da Casa até contra a Mesa e contra o Poder Legislativo, que não soube se impor, nesses 4 anos, perante o Executivo Municipal. O Legislativo de Porto Alegre tem-se curvado, incessantemente, ao poder e ao fascínio do Poder Executivo aprovando absurdos, aberrações, atacando os funcionários, não respeitando os funcionários, tirando vantagens dos funcionários. Isso eu disse ao longo dos 4 anos, e desafiei os companheiros Vereadores a se imporem perante o Prefeito de Porto Alegre que, muito pouco ou quase nada, respeitou esta Casa nesse tempo. Esta Casa se entregou ao seu poder e fez tudo o que quiseram permanentemente. Esse tipo de relação tem que mudar. O Poder Legislativo é um poder e não pode ficar condicionado à força e à imposição do Poder Executivo. Os Vereadores desta Casa tem qualidade, capacidade suficiente, têm competência para impor sua vontade ao Poder Executivo e não pode, de maneira alguma, se curvar a ele.

Nós tivemos situações aqui como, por exemplo, a gratificação de produtividade dada a quem tinha nível superior, excluídos os professores, porque os professores do Município de Porto Alegre não produzem. A educação não é priorizada por nenhum governo, e o Governo Municipal de Porto Alegre também não prioriza a educação. Gasta mais em propaganda do que em educação. Essa é a grande verdade. A minha emenda foi derrotada porque dava os 25% de gratificação de produtividade também aos professores. Os aposentados não foram respeitados pelo Executivo. Na primeira reunião de Lideranças, quando entrei nesta Casa, o Governo disse que estava preparando um plano de carreira para os funcionários e que, no máximo em 6 meses, estaria esse plano de carreira aqui, e isto foi em janeiro de 1993, estamos em dezembro de 1996. E até hoje nada.

Então, Sr. Presidente, o Governo que prometeu um Plano de Carreira, a mim e a todos os líderes desta Casa, em janeiro de 1993, e até hoje não existe este plano de carreira, é uma grande conversa.

Essas questões os funcionários tem que cobrar. Essas questões o Poder Legislativo tem que cobrar, tem que exigir. Porque não podem mais os Vereadores passarem quatro anos vendo os funcionários aqui mendigando pequenas vantagens. Isso não é correto, não é moral, não é justo, por isso tem que ser modificada esta relação. E vai depender logicamente e fundamentalmente dos Vereadores que estarão na próxima Legislatura nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Motta, para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de fazer duas referências a dois Projetos que estão em discussão preliminar de Pauta. O primeiro, embora estejamos vivendo nesta semana vária homenagens, inclusive com a participação da Câmara Municipal de Porto Alegre, ao ex-Presidente João Goulart. E hoje, por coincidência também temos que discutir um Projeto, que embora simbólico, mas que também é importante que seja registrado que mais uma vez a Câmara Municipal se soma a estas iniciativas de homenagens e reconhecimentos a essa figura histórica, e o Ver. Artur Zanella oportunamente encaminha um projeto denominando um logradouro localizado no Bairro Petrópolis fazendo homenagem a Sra. Neuza Goulart Brizola.

Portanto, acho importante que a Câmara Municipal se sensibilize neste período que estamos relembrando mais um aniversário do ex-Presidente João Goulart com mais esta homenagem do Ver. Artur Zanella.

Com relação ao outro projeto feito, discutido anteriormente pelo Ver. Jocelin Azambuja gostaríamos de justificar e deixar claro para o conjunto de Vereadores, que estão interessados na discussão desse Projeto, de que não trata-se de qualquer tipo de Projeto, que esteja surgindo nesta Câmara de modo artificial. Se estamos nos pautando, ao longo desses oito anos, no exercício do Executivo Municipal, em todas as áreas e Secretarias, pela seriedade, pela responsabilidade, não seria no final desta Legislatura, deste Governo, que romperíamos com esse princípio.

Portanto, estamos encaminhando à apreciação do Legislativo Municipal, como não poderia deixar de ser, um Projeto fundado numa necessidade objetiva, que é adotar, praticamente, mais de três mil crianças no Município de Porto Alegre, e dar infra-estrutura necessária para que elas tenham acesso pleno a um direito universal de qualquer criança, que é o acesso ao ensino. Portanto, acho que estamos apenas iniciando a discussão sobre esse Projeto, mas os Srs. Vereadores terão oportunidade de, na seqüência dessa discussão, no detalhe, receber todas as informações a respeito desse Projeto, para que se deixe muito claro que não é, repito, nenhuma iniciativa artificial, sem justificativa, sem necessidade, que faça com que o Governo envie o Projeto ao Legislativo Municipal. Nós também lamentamos que o Projeto esteja chegando praticamente no final desta Legislatura, mas muitas vezes processos como este, até mesmo por sua dimensão e repercussão, sob o ponto de vista administrativo e financeiro exige uma série de estudos e análises, que V. Exas., já que muitos deste Plenário já exerceram funções no Executivo, sabem que são processos que exigem uma instrução muito mais cautelosa e muito mais completa, até mesmo para que não se exponha o Legislativo Municipal a análise de projetos de modo precipitado e forçado.

Estamos, absolutamente, abertos à discussão acerca desse Projeto e gostaríamos de chamar a atenção dos Srs. Vereadores da necessidade de termos que dotar a rede de mais esse conjunto de professores para que essas crianças tenham, finalmente, concretizados os seus desejos de terem acesso ao ensino e vejam, de fato, esse sonho realizado. Eu acho que a responsabilidade da Câmara no que diz respeito a discussão da educação, temos aqui Vereadores que sempre pautaram como tema prioritário, como o Ver. Jocelin Azambuja e outros, terão a sensibilidade de analisar com responsabilidade o Projeto. Vendo, evidentemente, se o Projeto está bem instruído, se é um Projeto que está plenamente justificável porque nós estamos convictos, evidentemente, que ele merece uma apreciação séria e profunda do Legislativo Municipal.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Américo Leal): O Ver. Milton Zuanazzi está com a palavra para discutir a pauta.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a  incoerência talvez seja a minha coerência. Contrariando talvez a coerência de Ver. João Dib, que tem sido contumaz nesta tribuna defendendo uma política direta, exclusiva, única na questão do funcionalismo, seja da Câmara, ou seja do Executivo. E os meus respeitos aos Vereadores com essa posição. Eu como comecei com a incoerência nesta Casa de aprovar tudo que viesse beneficiando o funcionalismo vou manter a minha incoerência coerente. Não tive nenhum projeto nesta Casa até agora, apesar de achar que um Plano de Classificação de Cargos e Carreiras é fundamental para todo o funcionalismo. A minha única experiência em administração pública, que foi na CRT, trabalhei incessantemente para obtenção daquele Plano de Carreira. A gente sabe que não é fácil, porque o cobertor muitas vezes é curto, puxa-se de um lado, solta no outro. Não é fácil ser justo em um Plano de Carreira, porque não estamos tratando apenas de melhoria, na colocação, na classificação do servidor, mas muitas vezes estamos equiparando determinados servidores com outros e não sabemos dar a dimensão exata do desnível, porque o desnível nem sempre é justo, muitas vezes é injusto, E aí começam as complicações em um Plano de Carreira. Mas tudo que veio a esta Casa até agora, que visava benefício para determinada categoria, em detrimento de outra que não estava recebendo, que dividiu o funcionalismo evidentemente; ora, eram os técnicos da Fazenda, ora, era a Saúde, ora, eram os técnicos Científicos, sempre votei a favor daquela reivindicação, sob o argumento de que as demais categorias continuassem na luta e que se conseguisse trazer um Projeto para esta Casa, receberia o meu apoio. Essa é a minha incoerência incoerente.

Continuo achando que o Plano de Carreira é a solução, mesmo com suas dificuldades, mas não tenho me posicionado contra reivindicações, mesmo que específicas, de setores do Executivo e do Legislativo. Vou manter essa coerência. Acho que se este Projeto está entrando em Pauta, chegou até aqui, ele conquistou institucionalmente esse degrau. E se conquistou esse degrau, trouxe a este Plenário, tem deste Vereador, coerentemente pela passagem nesses 4 anos, o apoio. Quero dizer aos servidores da Casa que apoiarei. Sei que tem, na instrução deste Processo, divergências. Ontem, a instrução, discutiram 28 monitores com a SMED, do Processo era muito falha. Ver. Antonio Hohlfeldt denunciava que o Processo não constava. O Ver. José Valdir e a Ver. Maria do Rosário reconheceram. Eu declarei da tribuna da Ver. Maria do Rosário e do Ver. José Valdir bastavam para um processo não bem instruído. Se esse Processo entrou em Pauta, isso me basta e eu vou analisá-lo. Aproveito o gancho das palavras do Ver. Jocelin Azambuja, que sai, porque estamo-nos despedindo desta Casa. V. Exa. dizia que não sabia por quanto tempo. Eu tenho sempre a sensação de que para sempre. Minha vida é sempre para sempre, mas saio tranqüilamente por ter tido esse tipo de manifestação, esse tipo de Projeto e vou mantê-lo até o último minuto da nossa estada aquil.

Acho que esta Casa, Ver. Jocelin, não curvou-se ao Executivo de forma tão veemente como V. Exa. colocou. Acho que esta Casa comete o equívoco, e o Presidente em exercício, Pedro Américo Leal, tem sido meu companheiro de assunto, acho que esta Casa traz tudo para o Plenário, não discute lá fora, não discute nos gabinetes, isso não é conchavar. Acho que os projetos têm que ser discutidos mano a mano, Vereador a Vereador. Nós ainda achamos que esta tribuna ainda pode virar voto. Viemos discursar aqui achando que ainda fazemos cabeças dos demais 32 colegas. Isso não vai-se efetivar. É por isso que dezembro vira essa loucura, porque no fundo sabe o Executivo Municipal, sabe o Prefeito Tarso, sabia o Prefeito Olívio, sabia o Prefeito Collares, sabia o Prefeito Dib, sabia o Prefeito Villela, sabia o Prefeito Tompson Flores, todos sabem que nesta Casa, em dezembro se passa tudo, porque ela, simplesmente, não discutiu antes e quer discutir dentro de Plenário.

Para encerrar, quero deixar uma mensagem aos meus colegas que ficarão é: "Muda esse prática" e aí esta Casa terá o seu verdadeiro poder. Ela não sabe o poder que possui, deixa as coisas acontecer aqui dentro deste plenário e as coisas vão meio sem os debates necessários, meio sem a reflexão necessária. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE (Ver. Isaac Ainhorn): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. RAUL CARRION: SR. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes, especialmente Srs. Funcionários. Hoje deve ser o último pronunciamento desta Liderança. salvo alguma Convocação Extraordinária.

Então, em primeiro lugar, nós gostaríamos de usar a Tribuna para nos despedir de todos os colegas que aqui prosseguem, e dizer que nós seguiremos a mesma luta em outras trincheiras. Para nós a despedida é a continuidade de luta. Por isso mesmo queríamos nos pronunciar sobre alguns fatos acerca dos que a imprensa de ontem fez referência.

Parafraseando aquela expressão que diz que " o rei está nú “ nós diríamos que "o neoliberalismo está nú!" A que nos referimos? Correio do Povo de ontem: "O Governo garantiu a criação de um programa específico de benefícios fiscais, o Fomentar; ele beneficiará a montadora e mais 20 empresas fornecedoras, que acompanham a GM..." Além disso o Governo fará operações no FUNDOPEN para alongar os incentivos. A conta começa a ser paga! Também será criada uma sociedade através de proposta específica, que repassará ao Governo recursos do BNDES para o financiamento da infra-estrutura. A 4ª fonte de investimentos virá do Fundo de Reforma do Estado, cuja Lei será alterada para destinar recursos da privatização das Estatais à montadora, Primeira página do Correio do Povo: "A metade do valor da entrega da CEEE será aplicada no pagamento da dívida da CEEE. A outra metade, resultante da venda da distribuidora regional, será destinada ao Fundo de Reforma do Estado, cujas regras serão alteradas para os recursos a serem destinados à General Motors". Esta é a realidade da reforma do Estado, a realidade da privatização neste País, Toma-se o que é público, vende-se para repassar a uma multinacional. Além de todos os benefícios fiscais que podem ser dados, serão inventados mais alguns ainda. Mas prossegue a informação dessa entrega deslavada: " Proença não revelou um prazo total de isenção do ICMS oferecido à GM, mas afirmou que a partir do momento em que o FOMENTAR - que estão criando para dar todas essas vantagens - estiver esgotado, passará a vigorar o FUNDOPEN por mais oito anos"

Cria-se um sistema especial, entrega-se a CEEE, repassa-se o dinheiro do povo para a GM e, depois de tudo, se ainda não estiver satisfeito, mais oito anos do FUNDOPEN... Esta é a verdade do "estado mínimo ". É o seguinte: estado mínimo para o povo, estado mínimo para a soberania nacional, estado mínimo para os funcionários, e estado máximo para os empresários privados, estado máximo para as multinacionais e estado máximo para os afilhados do poder. Confissão mais escandalosa, mais vergonhosa do que esta, eu, pessoalmente, não havia visto. Qualquer decoro, neste momento, foi deixado de lado...

Para concluir, ainda hoje, pela manhã, escutei, na televisão, o Ministro das Telecomunicações, divulgando que serão entregues à TELEBRÁS e todas as concessionárias estaduais do sistema de telefonia, e que pela Legislação que irá ser  aprovada, o Estado irá pagar, para as empresas privadas que assumirem o seu controle, os telefones públicos que vierem a ser instalados. E alem disso será previsto, nesse projeto, o reajuste de, no mínimo, 100% das tarifas, acabando com qualquer subvenção à telefonia residencial, para viabilizar as empresas privadas que irão se adonar desse rico filão. Uma condição extremamente favorável aos empresários.

Despeço-me, portanto, dos nobres colegas, convocando a todos para essa luta comum, que prosseguirá, de minha parte, em outras trincheiras, contra esse projeto neoliberal de total entrega da soberania nacional e de desmantelamento dos serviços públicos! Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa saúda os representantes e funcionários da- "Television Europe", da Alemanha e França, que neste momento fazem algumas tomadas para um documentário que será levado ao ar até o final do ano. E esta equipe, além de representar a Alemanha e França tambén representam Bélgica e Espanha, um programa cultural que irá tratar da história do futebol do Grêmio, e que resolveu fazer algumas tomadas aqui na Casa em função da presença do ex-zagueiro Airton Ferreira da Silva, como funcionário cedido. (Palmas.)

O Ver. Fernando Záchia esta com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. FERNANDO ZACHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores aproveito porque esta é a última Sessão deste mandato legislativo para, em nome do PMDB, fazer uma homenagem ao Vereador ao PMDB. O PMDB que passa por uma crise interna por dificuldades de identificação, tem nos seus quadros o Ver. Airto Ferronato, um homem que tem honrado muito a história e a tradição dos grandes nomes do PMDB. Foi Vereador desta Casa ao longo de 8 anos, ocupou todos os cargos importantes desta Casa, Presidente da Câmara Municipal, Líder de Bancada, Presidente da CCJ, sempre fazendo um trabalho que dignifica o PMDB. É importante para nós que iniciamos na política termos um exemplo a seguir, temos várias alternativas à frente e temos que saber qual é a melhor para nos espelharmos.

Aprendi, conheci e convivi com o Ferronato ao longo desses 4 anos e o admiro pela qualidade do caráter. Um homem com idéias próprias, posturas próprias. Falo, com certeza, em nome do Ver. João Dib, em nome da grande maioria desta Casa, Ver. Carrion, Ver. Elói, Ver. Pedro Américo Leal, tenho a certeza e a convicção de que este é o sentimento da Casa. A Casa lamenta que não teremos o Ferronato nos próximos 4 anos. A Cidade certamente perde, porque perde um Vereador coerente, capaz, honesto, sério. Mas a política não perde. Acho que nesses momentos em que não se alcança um resultado eleitoral positivo, mesmo que o Ver. Ferronato teve um crescimento em relação a 1992, mas ele tem esse crescimento político; ele sabe que nesse momento eleitoral adverso ele vai crescer e vai voltar. O Ver. Lauro Hagemann também tem a convicção disso. É importante, Ferronato, e digo isso de coração, que nós, do PMDB, temos este reconhecimento, que vai fazer falta nesta Casa e que fostes nestes 8 anos um exemplo de postura de Vereador e que, sem dúvida nenhuma, dignificou não só esta Casa, mas o PMDB. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. EDI MORELLI (Requerimento): Sr. Presidente, como estamos na última Sessão Ordinária deste mandato, pediria a compreensão dos nobres Pares desta Casa em atenção ao Requerimento que faço neste momento e seja invertida a ordem dos trabalhos, que Explicação Pessoal fosse antes de entrarmos na Ordem do Dia para a votação dos processos.

 

O SR. PRESIDENTE: Recebemos e colocamos em votação o requerimento de V. Exa.

Em votação (Pausa). O Senhores Vereadores que o aprovam  permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Solicito alteração na Ordem do Dia para que sejam votados em primeiro lugar, os projetos das páginas 8, 38A, 31, 35, 36 e 42.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito V. Exa. que, tão logo entremos na Ordem do Dia, faça o seu Requerimento.

O Ver. João Verle solicita Licença de interesse particular no dia de hoje.

A Mesa declara empossado o Suplente João Pirulito, em face da impossibilidade de assumir do Ver. Darci Campani. V.Exa integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento da Casa.

O Ver. Giovani Gregol solicita Licença de Interesse Particular no dia de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente Antonio Losada, em face da impossibilidade de assumir do Ver. Adroaldo Correa e da Vera Marisa Abreu. O Vereador integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, gostaria de saber se está prevista a realização de Sessão extraordinária para o dia de hoje?

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, não há nenhuma definição acerca deste assunto.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, está prevista a votação de todos os Projetos que estão pauta de hoje?

 

O SR. PRESIDENTE: É uma questão que só o desenrolar dos trabalhos e o tempo é que definirão, Vereador.

Nós faremos um empenho muito grande para que isto aconteça, pois não longo desta semana e desta Legislatura não foi outra coisa que fizemos.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Gostaria de fazer um Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Se for Requerimento sobre matéria da Ordem do Dia pediríamos que V. Exa. deixasse para fazê-lo quando entrarmos na Ordem do Dia.

Já fiz esta solicitação ao Vereador João Dib, que atendeu prontamente.

Passamos à

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

O Ver. Edi Morelli está com a palavra.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, nestes seis anos nesta Casa é a primeira vez que assisto a inversão para Explicação Pessoal entrar em primeiro lugar e agradeço aos Senhores e Senhoras Vereadores desta Casa. Por que o pedido de inversão? Porque, hoje, oficialmente, é a última Sessão Ordinária desta Legislatura e, como outros Vereadores, eu não fui reeleito e estou me despedindo desta Casa.

Saio com duas certeza, de que não volto em primeiro de janeiro e de que saio com a consciência tranqüila de ter feito dois mandatos com toda a honestidade e com muito trabalho. Ao longo desses seis anos quarenta Projetos de Lei foram apresentados por mim, trinta dos quais fora transformados em leis. Poderia citá-los todo mas o tempo não permite. Cito o Projeto sobre a Caixa Especial para atendimento em repartições públicas, bancos para idosos, gestantes e deficientes. Lei de minha autoria que depois de seis anos foi reconhecida pelo Governo Municipal que obriga motéis, pensão e similares a distribuírem gratuitamente preservativos visando não só ao problema da AIDS, mas visando às doenças venéreas, que matam mais do que a AIDS, comprovado por médicos da Secretaria da Saúde do Estado.

Os "Shopping Centers" tem, hoje, um ambulatório para atendimento emergencial. Foi uma lei de minha autoria. São três dezenas de leis nesta Cidade que ficam com a marca deste Vereador, que foi presidente da CEDECON, que foi, no ano passado, 2º Vice-Presidente da Casa, e que, este ano, ostenta, com muito orgulho, o título de 1º Vice-Presidente. Muito aprendi aqui com os Srs. Vereadores. Houve divergências, mas eu fiz amizades dentro desta Casa, com Vereadores; não fiz inimigos, tenho certeza disso. Quero, lutando internamente contra a emoção, agradecer, em primeiro lugar, a Deus. Posso não transparecer, mas, ao acordar, diariamente dou bom dia a Ele, que é o responsável por tudo que eu tenho. Quero agradecer a minha assessoria, que foi incansável, inclusive, durante a campanha. Quero agradecer aos funcionários, pois sempre que necessitei nunca recebi a palavra não em troca.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: V. Exa. permite um aparte? (Assenti mento do orador.) Eu queria dar o testemunho da minha admiração e solidariedade a V. Exa, que eu acompanho desde o primeiro mandato nesta Casa. Dizer da sua atuação a sua luta, dizer, enfim, que V. Exa. honrou, dignificou o mandato que o povo lhe concedeu.

 

O SR. EDI MORELLI: Obrigado Vereador. Já encerro Sr. Presidente, porque sempre fui um escravo do Regimento, não vai ser no último pronunciamento desta Tribuna, que eu vá fugir a regra. Quero dizer ainda que o último filho criado por este Vereador nesta Casa, se assim se diz, quando um jogador de futebol faz um gol e ganha um titulo, é um filho. Um projeto é um filho, então quero dizer que o último Projeto de minha autoria, transformado em Lei, aprovado nesta semana nesta Casa é de Fonte Móvel de Controle de Poluição...

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa cometeu um erro e se penitência, mas justifica, que Explicação Pessoal não tem apartes.

 

O SR. EDI MORELLI: Eu encerro Sr. Presidente, mais uma vez agradecendo a todos aqueles que de uma maneira ou de outra colaboraram com esses dois mandatos nessa Casa. Agradecer a compreensão dos integrantes da Mesa do ano passado e deste ano que foram sensíveis e reconheço quando dos meus erros, souberam me trazer à razão para que eu retornasse à realidade. Muito obrigado a todos e principalmente obrigado a Deus. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Ora, vejam só! Talvez essa tenha sido a minha frase daqui da Tribuna que pegou. Ora, vejam só! Confesso que, ontem, conversei com o Ver. Zuanazzi, e dizíamos que não iríamos falar na manhã de hoje, mas o Ver. Fernando Záchia trouxe aqui palavras bondosas a meu respeito e eu não poderia deixar de estar aqui, neste momento, em primeiro lugar para trazer um abraço todo carinhoso ao Ver. Záchia e a Vereadora Clênia. Vim aqui para dizer que nasci no interior de Encantado e me criei no interior do interior de Arvorezinha. Eu sou filho de colono sem terra e quis a bondade divina que eu viesse a Porto Alegre de mala e cuia e hoje sou Vereador da querida Capital do Estado do Rio Grande do Sul.

Sou Vereador há oito anos e quero aproveitar esta oportunidade para trazer aqui o meu abraço todo especial e carinhoso. Agradecer, em primeiro lugar, a Deus pela sua bondade. Agradecer a minha família pelos momentos de privações que ela teve enquanto estive no exercício do meu mandato. Agradecer ao povo de Porto Alegre que por dois mandatos consecutivos me elegeu e me reelegeu. Eu quero agradecer muito especialmente ao meu gabinete que soube estar comigo nos momentos fáceis e difíceis, agradecer, também, aos Vereadores pela convivência belíssima que tivemos, pelo aprendizado que com eles consegui. Eu quero agradecer aos servidores da Câmara por tudo que tivemos juntos e eu quero desejar aos Vereadores reeleitos pleno êxito nesta que é uma tarefa das mais belas que eu aprendi a entenda da qualidade da polítização de Porto Alegre. E desejar aos Vereadores que estão chegando ,junto com aqueles que se reelegeram, pleno êxito nesta tarefa, tenho certeza de que serão melhores do que nós.

Para encerrar quero dizer que a vida é uma grande caminhada e Deus tem me ajudado a tirar algumas pedrinhas do caminho, então o meu caminho tem sido interessante até porque eu creio em Deus. Deus tem me ajudado a tirar algumas pedrinhas e daqui a pouco coloca outra propositadamente. E essas pedras no caminho é que nos ensinam que temos que fazer algumas voltas, que não podemos ir muito reto não, dai porque o meu abraço carinhoso a todos, parabéns aos eleitos, felicidades. Obrigado, Záchia, por suas palavras! Obrigado Porto Alegre!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero dedicar esse tempo ao registro especial que se faz aos ilustres colegas que ou não se elegeram ou não concorreram nas eleições e não estarão conosco. Quero dedicar esse pronunciamento breve aos Vers. Milton Zuanazzi, Mário Fraga, Artur Zanella, Dilamar Machado, Wilton Araújo, Jocelin Azambuja, Airto Ferronato, Edi Morelli, Giovani Gregol, Helena Bonumá, Raul Carrion, Luiz Negrinho e Lauro Hagemann.

Quero dizer a todos que ao longo dos anos e ao longo dessas nossas vidas lutamos pela realização, pela existência de eleições; e continuaremos lutando. Sempre acreditamos nas eleições como instrumento do sistema democrático. Queremos sempre as eleições. E as eleições são o caminho para a legitimidade do poder em qualquer esfera.

Digo, do fundo do coração, a cada um dos Vereadores, eleitos ou não eleitos: eleição faz tudo, menos justiça. Não se iludam as pessoas achando que a justiça vem das eleições. Não vem. Senão não teríamos os maus governantes, os grandes candidatos perdedores.

Para nós, é um momento muito especial. Para mim, particularmente, é um momento de muita emoção. Aprendi com vários dos senhores e senhoras o que é ser Vereador. Essa convivência, sem dúvida deixou-me maior. Sobre isso quero dizer de minha experiência pessoal: eu também já fui ex-vereador. A condição de ex-vereador nos faz refletir, trabalhar e crescer. Em 1988, quando deixei esta Casa, com a despedida nesta tribuna, usei frase que não era minha, mas que nunca esqueci: "O mandato não me fez maior, a falta dele não me fará menor". Acho que esse é o sentimento que devem ter os senhores vereadores que honraram o seu mandato e que nos deixam nos próximos dias, Tenho certeza de que levarão de todos nós o mais profundo respeito, admiração e profunda saudade. Eu, tendo feito o registro de todos, quero me dirigir particularmente aos vereadores Milton Zuanazzi, Mário Fraga e Giovani Gregol. Independentemente do mérito indiscutível dos demais, esses três vereadores deixarão em mim como indivíduo, como militante político, a marca do aprendizado, da profunda admiração e da amizade. Foram e são meu grandes amigos, não seremos menos amigos a partir de amanhã, conviveremos menos, é verdade, mas cada um dos senhores companheiro Zuanazzi companheiro Mário Fraga, companheiro Gregol, que não está presente, deixa em mim, sem dúvida, um vazio muito grande, que não será preenchido. São esses vazios da amizade, da admiração e do respeito que tem em pessoas determinadas a sua mais completa efetivação e realização e, como eu disse, independentemente de todos os demais e seus méritos, esses Vereadores, para mim, enquanto eu viver, estarão presentes no meu pensamento e na minha emoção.

O dia de hoje, em vários momentos antes de ocupar esta tribuna pensei sobre isso, em vários momentos lembrei-me do meu último dia como vereador e tinha certeza que deveria dizer algo do gênero: poucas vezes, tenham certeza, nesta tribuna estive mais emocionado que no dia de hoje, independentemente do projeto a ser votado, da questão a ser discutida, poucas vezes tive mais emoção que no dia de hoje. Deixo como última frase ou pensamento a idéia de que continuaremos juntos com certeza, neste Parlamento, em outro Parlamento, em outro foro político; em outra roda de amigos nos encontraremos sempre e teremos sempre a idéia de lutar por Porto Alegre, juntos, com muita emoção, com muita garra e com a competência que os Senhores tiveram durante todo esse tempo. Parabéns, vocês foram brilhantes! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de informar aos funcionários do Município, que nos visitam, às Lideranças Sindicais do SIMPA, da ATEMPA que o Projeto de aumento aos Secretários e Diretores de fundações, que tramita nesta Casa, não se encontra na Ordem do Dia de hoje, uma vez que o processo, até este momento, se encontra com o Relator, que tem o prazo legal até terça-feira para prolatar o seu parecer. Essa é a informação que gostaríamos de deixar registrada aos funcionários e lideranças sindicais que honram esta Casa com a sua visita.

Gostaríamos também de dizer da nossa satisfação por receber, nesta oportunidade, uma delegação de representantes do Sindicato de Taxistas da nossa Cidade, que muito nos honram com a sua presença que valoriza os trabalhos do Legislativo Municipal nesta manhã.

 

O SR: PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Negrinho, em Liderança.

 

O SR LUIZ NEGRINHO: SR. Presidente Srs. Vereadores, público presente. Eu deixaria passar em branco este assunto hoje, pois está sendo um dia normal para mim, como nos últimos quatro anos que venho a esta Tribuna, mas, quando cheguei, vi o pronunciamento do Ver. Pedro Ruas, me vi obrigado a fazer um pequeno relato sobre os quatro anos como Vereador desta Casa.

Dizer que foi um orgulho muito grande para este jovem aqui, com 40 anos, avô pela terceira vez, que nasceu numa vila, uma das piores de Porto Alegre, a Vila Cruzeiro ser Vereador. Criei-me lá e tive a minha infância no meio da marginalidade, do banditismo, da pobreza, da miséria, e sobrevivi a tudo isso com dignidade, trabalho e muita persistência, perseguindo os objetivos a que me propus, queria ser Vereador de Porto Alegre.

Porque queria ser Vereador de Porto Alegre? Porque numa tarde chegando de um treino, eu jogava futebol profissional, ao chegar em casa encontrei a minha mãe, meus irmãos no leito da rua, sendo despejados com caminhão, Brigada. E isso foi uma coisa que me marcou, já disse desta Tribuna em outra oportunidade. Aquilo me marcou muito.

Como poderia aquilo acontecer à uma família trabalhadora, pai pedreiro, mãe doméstica, todos os irmãos trabalhadores, por que aquilo tinha que acontecer com a gente?

A partir daquele momento disse que enquanto eu estivesse naquela comunidade, aquilo não iria acontecer novamente.

Este ano foi o de 1981. Em 1982 concorri a Vereador, fiz mais de quatro mil votos.

Concorri novamente em 1988 e fiquei como suplente.

Concorri em 90, também. E em 1992 finalmente consegui me eleger. Com o único objetivo de ter um mandato para que eu pudesse lutar, e o fiz com muita dignidade nestes quatro anos. Sempre tentando lutando pela habitação popular.

Num determinado momento da minha vida, entendi que,como Vereador eu não estava conseguindo realizar aquilo que era de mais importante na minha cidade: impedir que houvessem desapropriações. Não estava conseguindo como Vereador. Não adianta vir nesta tribuna brigar e dizer o que tem que ser feito, e, muitas vezes nada disso adianta.

Então resolvi ser candidato a Prefeito. E eu acredito ter sido o grande vitorioso nessa eleição, porque  consegui, naquele pequeno espaço, chamar atenção para o problema de habitação popular. E hoje o que nós estamos vendo é que o Orçamento Participativo priorizou para o ano de 1997 a habitação popular. O Ver. Pedro Ruas disse uma frase bonita e muito importante: "O mandato não me fez maior, e sem o mandato não vai me fazer menor." Com toda a certeza, vir da onde vim, o mandato para mim foi apenas um complemento. Fico sem mandato a partir de 1º de janeiro, mas não estou triste por isso, porque, se quisesse, eu continuaria nesta Casa, com toda certeza. Mas eu acho que o mandato não é tudo na vida. Eu acho que eu posso muito bem, e tenho certeza que, como Líder Comunitário da minha região, eu vou continuar fazendo e trabalhando para aquela comunidade com o mesmo objetivo que com o mandato que aqui desenvolvi.

Eu quero dizer que nesta Casa aprendi a conhecer as pessoas, ter admiração por muitos. Aqui, realmente, foi a minha faculdade de vida. Quando aqui entrei, segundo comentários dos Vereadores, era um rapaz explosivo, que achava que ia conseguir as coisas na base da porrada. E foi assim no primeiro e segundo ano, é verdade, mas compreendi que na porrada não se resolve nada. Se não houver diálogo, se não houver o entendimento, se não houver compreensão, não se resolve nada.

Levo daqui lembranças muito boas. Quem sabe logo ali adiante a gente volte a encontrar todos os companheiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Milton Zuanazzi está com a palavra.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não tinha pretensão nenhuma de falar, já havia ontem, comentado com o Ver. Ferronato. Parafraseando Jorge Luiz Borges:  Eu não sei falar de mim, sequer leio os meus poemas." Eu não sei falar de mim e não sei fazer esse tipo de despedida, mas os Vereadores vieram se sucedendo, o Ver. Pedro Ruas me fez uma deferência especial, e senti-me na obrigação de ocupar esta tribuna.

Existiu na Antiga Grécia um filósofo pré-socrático chamado Epícolo, infelizmente pouco discutido no ocidente, apesar de Karl Marx, jovem estudante de filosofia, ter-se baseado em Epícolo para fazer seus primeiros ensaios filosóficos. Epícolo foi massacrado no mundo ocidental com a Inquisição, porque ele pregava a felicidade absoluta do homem. Eu sou um epicolista por natureza e depois por convicção. Epícolo dizia que o homem nasceu para ser feliz, e tudo de ruim que  lhe acontece ele tem que buscar no passado tudo que lhe aconteceu de bom. Essa era sua essência filosófica. Viver hoje da forma feliz, da forma intensa e se alguma dor acontecer, busca no passado um momento de alegria. Encontrando no passado um momento de alegria, volta para viver o hoje. Eu sou epicolista, minha vida é muito marcada por episódios aparentemente tristes e difíceis. Tive uma caminhada muito complicada não só politicamente como pessoalmente. E todos esses episódios me marcaram para o bem. É como se algo estivesse me dizendo que o que está me acontecendo vem melhorar a minha vida, vem me dar outros caminhos, vem fazer com que eu busque outras luzes.

Passei nesta Casa agindo de uma forma muito especial que manifestei bem no inicio do mandato. A cada processo que passou aqui, desde um simples nome de rua, até um processo de importância, vindo do Executivo, procurei agir pensando como se eu estivesse lá, governando a Cidade. Pensando como eu agiria, faria isso, não faria, como agiria? Assim manifestei-me nesta Casa. Se existiram coincidências grandes com a Administração do Prefeito Tarso Genro, é porque essas coincidências estão dentro de mim. Não havia nenhum outro motivo subalterno que me levasse a essas coincidências. Considero-me um homem de esquerda, sem qualquer sectarismo, sempre fui e tenho essa formação, e se algum projeto coincidiu ideologicamente comigo, assim procurei agir nesta tribuna, e assim procurei divergir naquilo que achava que eu não faria.

Tenho profunda compreensão e aprendi muito com os Vereadores que não acompanharam a minha votação, que criticaram as minhas posições, que divergiram, mas podem ter certeza de que trago um aprendizado profundo, a experiência e uma lição de vida. O ato de fazer oposição autêntica, séria e principalmente honesta consigo mesmo, é um ato fundamental para a democracia, porque lutamos todos por isso; exigimos todos isso, e acho que ela tem que ser feita como vem sendo feita pelos Srs. Vereadores. Eu posicionei-me numa linha que considerei mais ideológica, mais de aproximação, uma movimentação que está levando-nos ao futuro.

Tenho convicção de que não traí em um minuto, sequer, o trabalhismo, suas essências e suas origens, e aliás, nem tenho mais idade para trair. Não trairei suas origens nem suas essências, porque tenho essa forma, essa base cultural, política e ideológica, e não tenho motivo para trair. Mudanças, bem, os caminhos fazem com que a gente vá se coadunando, se aperfeiçoando, porque, afinal, somos todos nós eternos aprendizes.  Ninguém nasce sabendo, ninguém vai ficar a vida inteira iluminado. Estamos sempre aprendendo! Com certeza vamos sempre estar fazendo mudanças na nossa vida e a experiência vai-nos ensinando algumas coisas. Mas há princípios, há origens, há determinações que a gente não muda, e eu as mantive, mantive a coerência e acho que não decepcionei meus eleitores, meus colegas de Partido, nem meus colegas Vereadores.

Saio convicto de que fiz o trabalho que pude fazer, talvez pudesse fazer um pouco mais, sempre a gente pode fazer um pouco mais. Aumentei a minha votação em relação a 1992, fiz uma votação de 800 votos a mais. Portanto, eu acho que a cidade reconheceu o meu trabalho me dando essa expressão a mais, mas, por conjectura, pela própria legislatura, a nossa Bancada teve uma redução significativa e nós ficamos no caminho. Ficaram 4 Vereadores que continuarão, tenho certeza, a defender as nossas posições. A todos vocês, o meu muito obrigado. Não tratem isso como despedidas porque a nossa vida está marcada por encontros e desencontros pela frente. Nós vamos nos encontrar muito, tenho certeza, não no dia-a-dia deste Plenário, mas no dia-a-dia da luta política, da vida da nossa cidade, no bem-estar do nosso povo para a construção de um País digno para todos nós. Muito obrigado e foi um prazer mito grande. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a partir do dia lº de janeiro de 1997 o Plenário não será como antes e nem será como está. Será um Plenário em que várias presenças, são 11 presenças atualmente, se tornarão em 11 ausências. E por mais politicamente corretos que nós em grande medida, no exercício da atividade parlamentar nos julgamos, existe uma parte dessa atividade que ela está fora do controle da razão. Se nós fôssemos os nacionalistas que elaboraram projetos e que foram implantados e que a humanidade os conheceu e deu no que deu, nós certamente não estaríamos ainda, como disse o Ver. Zuanazzi, insistindo na busca da justiça social. Quero dizer isso para registrar que tem um aspecto dessas modificações que a vida nos apresenta que, pelo menos, da minha parte será como antes, que é a certeza, que a partir do dia 19 de janeiro, se eu encontrar qualquer um dos 11 Vereadores que não se reelegeram, na rua ou aqui na Câmara, ou seja, na atividade política ou na atividade mais de cidadania que cada um, evidentemente, cumpre, tenho certeza que a minha relação com vocês será exatamente como foi aqui, uma relação de respeito, de amizade e de companheirismos.

De fato, a nossa nau coloca para todos nós, algumas vezes, atitudes de insensatez, mas não nos parece que sejamos, no todo, insensatos. Algum aspecto positivo, alguma virtude nós temos que encontrar nesses 11 companheiros Vereadores, independente de termos divergências ideológicas. Por exemplo, não tenho nenhuma dúvida que o Ver. Airto Ferronato tem virtudes que são reconhecidas por todos aqui, que é a seriedade, a competência, a forma sempre reflexiva que ele sempre se debruça em qualquer projeto. Até pela sua própria formação profissional; portanto, essa virtude gostaria de chamar a atenção, neste momento.

O Ver. Zuanazzi, o fato dele ter feito a opção, que eu sempre admirei na sua carreira, até porque nos conhecemos há alguns anos atrás em debates acirrados como foi a primeira eleição presidencial depois da ditadura, nós debatemos uma ou duas vezes; eu, representando a candidatura do companheiro Lula e o companheiro Zuanazzi  representando a candidatura do companheiro Brizola, que foi a coragem de V. Exa. de ter feito aquilo que os demais, até os da Bancada do PDT não tiveram, que foi ter feito a opção por um mandato propositivo, um mandato que vê nos projetos o interesse público acima de tudo. Na minha opinião, muitas vezes foi injustamente criticado como sendo um Vereador com perfil governista. Não! Quem faz essa crítica não compreendeu a opção política feita pelo mandato. E um mandato propositivo que coloca em primeiro lugar o interesse público.

O Ver. Artur Zanella com suas Questões de Ordem nos coloca uma virtude. Podemos fazer várias críticas ao Ver. Zanella, mas ele é um Vereador absolutamente vivo quando tem que ter opção. Quando se apresenta um projeto para ele, no mesmo segundo, ele já contrapõe uma afirmação. Esse saque o Ver. Zanella tem e muito.

O Ver. Dilamar Machado com a sua virtude das piadas descontraídas aqui no plenário quando, às vezes, estamos em uma discussão absolutamente polarizada e nunca se sabe se ele está falando a piada ou se está fazendo um comentário político e nos deixa um pouco desarmados.

Não vou poder tecer um comentário individual de cada Vereador tendo em vista o tempo. Estendo o comentário desses que estou fazendo ate pela relação alfabética da lista que tenho, não por opção ou hierarquia, a mesma memória em relação a todos os Vereadores. Ver. Edi Morelli que ao fazer opção de Vereador não sei se conseguiu resolver um dilema da sua vida por que aqui no plenário ele traz o saque do jornalista e radialista que ele é, e que foi durante a Rádio Farroupilha e que sempre esta presente tentando detectar os fatos que podem se transformar em notícia.

O Ver. Luiz Negrinho, o Ver. Giovani Gregol, a companheira Helena Bonumá que certamente merecem o mais profundo respeito pela militância e qualidade, tenham a certeza de que o plenário não será como antes, ma a nossa relação pessoal e política será como está neste momento, de respeito, de amizade, enfim, votos de que consigamos realizar este sonho e desejo da busca da justiça social. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Edi Morelli,

 

O SR. EDI MORELLI: O Ver. João Motta citou o meu nome e quero dizer que o único fato acontecido nesta Casa que usei como radialista foi aquele incidente com os Vereadores Gert Schink e Dilamar Machado. Fora disso eu não usei esta Casa na minha atividade profissional.

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Ver. Isaac Ainhorn, sinto-me honrado em ocupar a Mesa pela última vez, este ano, presidindo os trabalhos nesta Casa, e concedo a V. Exa. tempo de Presidência.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta oportunidade que ensejou uma parte especial desta Sessão Ordinária, e dentro das linhas regimentais, em que se proporcionou a despedida de Vereadores que completam seus quatro anos de mandato nesta Casa, Alguns vereadores que não concorreram à reeleição, outros que não conseguiram se reeleger gostaríamos, na condição de Presidente desta Casa e pessoalmente expressar o nosso reconhecimento a esses colegas Vereadores - alguns formularam as suas despedidas, tiveram tempo regimental para tal, outros que ainda não o fizeram, até por falta de espaço para um pronunciamento nesta Casa - confesso aos Senhores: completei, no ano de 1996, 10 anos de exercício parlamentar nesta Casa. Cheguei aqui nesta Casa como 2º Suplente de Vereador, com alguns Vereadores anteriores à Legislatura de 1982, exemplo disto são os Vereadores o João Dib, Elói Guimarães; outros começaram em 1982, como o Ver. Lauro Hagemann, Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz e algum outro que, eventualmente, possa ter omitido neste momento. Junto com outro contigente de Vereadores ingressamos em 1982. Eu como Suplente, o Ver. Pedro Ruas como Suplente. o ex-Vereador Vieira da Cunha. Observo algo que é fundamental de se manifestar na história desta Casa; nesses 10 anos que tenho aqui estado, e nos 14 que venho acompanhando como Suplente, mais proximamente a esta Casa: a história desta Casa é feita pelo mandato parlamentar de Vossas Excelências, os fatos e a história narram momentos da mais alta significação heróicos, isto sim, corajosos, nesta Casa bicentenária.

Recordo, e esse é um curso inexorável da vida, de Vereadores eleitos, não eleitos, Vereadores que mostraram garra, determinarão, alguns que não se elegeram nesse período de 14 anos, outros retornaram na eleição seguinte e se elegeram. Exemplo disso a figura do Ver. Pedro Ruas que, suplente comigo, tentou uma eleição em 88, não obteve sucesso naquela oportunidade, retornando em 92, já retornou à Casa com uma significativa votação. É o curso inexorável da vida.

Mas o que se observa, e que gostaria, como Presidente desta Casa, de registrar na ocasião desta despedida, Ver. Edi Morelli, sobretudo a partir do pronunciamento emocionado de V. Exa. que tivemos oportunidade, apesar do caráter polêmico do meu perfil como Vereador. Mas os colegas Vereadores, também quando escolhido pelo meu Partido para ser o Presidente da Casa, não mediram esforços para me dar respaldo e toda a cobertura para o exercício do mandato da Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Na Mesa diretora tive um trabalho que está fechando o ano, e pude, com alguns momentos polêmicos, dizer que com muita harmonia consegui presidir com absoluta tranqüilidade esta Casa, com o apoio dos meus colegas de Mesa, com o respaldo político e administrativo dos meus colegas que em alguns momentos difíceis que tive, inclusive de afastar-me da Casa, tive respaldo dos colegas de Mesa, do Vice-Presidente Edi Morelli, Mário Fraga, Fernando Zácchia, Reginaldo Pujol, Luiz Negrinho e dos demais vereadores desta Casa.

Percebi e aprendi que os Vereadores podem desenvolver os mais polêmicos debates nesta Casa, mas tenho um profundo respeito pela estrutura da Casa, inclusive pela importância que o Presidente tem no exercício da sua condição de condutor dos trabalhos legislativos. Não há indisciplina. Não enfrentei, por parte dos Vereadores, nenhum ato de derespeito, de afrontamento a minha pessoa poderiam até divergir em algumas questões administrativas e políticas minhas.

Ao contrário sempre tive o apoio no conjunto dos Vereadores. Quero dizer o mesmo dos funcionários desta Casa que têm um espírito público muito alto e muito grande e que permitiram que esta Casa se tornasse, junto com o exercício parlamentar dos Vereadores, uma Casa cada vez mais respeitada, tanto na Cidade de Porto Alegre como no Estado do Rio Grande do Sul. Os exemplos que esta Casa tem dado como Parlamento tem sido citados fartamente em inúmeros lugares. O exemplo  maior disso que dou é o retorno de 2/3 dos Vereadores que foram candidatos à Vereança. E dos que não se reelegeram, galgaram posições e conquistaram votações maiores do que aquelas que conseguiram como titulares em outros mandatos. Esse é um registro que gostaríamos de fazer.

O aprendizado nesta Casa nos conforta para dizermos que daqui qualquer parlamentar está apto a desenvolver atividades políticas em qualauer Parlamento brasileiro. Daqui saíram Deputados Estaduais, Deputados Federais, Prefeitos e Governadores. É por isso que no momento em que me despeço do Airto Ferronato, do Zanella, do Dilamar Machado que não esta aqui neste momento, do Morelli, do Gregol, que hoje está afastado, da Helena, do Wilton, do Jocelin, do Lauro Hagemann, que vai retornar e cuja a presença já é assegurada na próxima Legislatura, do Luiz Negrinho, do Mário Fraga e do Milton Zuanazzi, e observem os colegas Vereadores o aspecto do Raul Carrion, curioso, não que os que se reelegeram sejam melhores dos que não se reelegeram, mas todos nós temos uma avaliação, e se observarmos o nível e a qualidade dos Vereadores que se despedem desta Casa, observaremos que todos são de grande participação Parlamentar.

Nenhum desses nomes que citei pode-se, mesmo em uma conversa fechada, dizer que o Vereador "A" ou o "B" não tinham pleno exercício parlamentar. Não. Todos esses que citei são o que eu poderia dizer Vereadores guerreiros, combativos, aguerridos. As dezenas e centenas de vezes que assisti o Ver. Luiz Negrinho denunciando, apresentando projetos aqui da tribuna desta Casa igual ao Ver. Raul Carrion, que a todo o momento procura este Presidente para ajudar e pedir esclarecimentos, permanentemente. Não é uma critica. Apenas que se cada Vereador procurasse o Presidente, como o Ver. Raul Carrion procura para tratar de assuntos do interesse da Cidade e público, este Vereador teria que ficar os dois expedientes apenas - e digo isso com respeito e carinho - recebendo Vereadores. Mas sempre trouxe assuntos do interesse público, e procurando resolver e equacionar os problemas. Em homenagem ao Ver. Raul Carrion, em homenagem ao Ver. Zanella, há pouco referido pelo Ver. João Motta, um dos mais conhecedores das questões urbanísticas desta cidade. Poderia dizer que ninguém conhece mais as intrincadas caixas pretas do Plano Diretor que o Ver. Artur Zanella, sabe ler um projeto. Da mesma forma, o Ver. Mário Fraga, combativo, que no curso da história parlamentar desta Casa, aprendi a respeitar. O Ver. Edi Morelli, que colaborou enormemente com o meu trabalho e, apesar de não ter uma ligação pessoal íntima com o Vereador, o que no entanto passou a ocorrer porque encontrei nele uma figura de maior dimensão humana e de maior bondade.

O mesmo quanto à Vereadora Helena Bonumá, que segue os passos e os caminhos do Ver. Raul Carrion, que com combatividade e determinação no interesse das causas, e que permanentemente esteve em contato com este Presidente, ora solicitando despachos deferitórios em uma ou outra petição. O Ver. Airto Ferronato, um dos maiores tributaristas da cidade de Porto Alegre, referência obrigatória nas questões tributárias nesta Casa.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, em tempo de presidência não há interrupções para apartes. Mas fugindo ao Regimento e olho o Ver. Pedro Americo Leal que sabe que sou um escravo do Vice-Presidente da Casa, Ver. Mário Fraga, passo a presidência dos trabalhos.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Meu caro Presidente dos trabalhos, Ver. Mário Fraga. Eram os registros que gostaria de fazer em relação a Vereadores desta Caça. Aqui vivo e tenho vivido grande parte da minha vida e aprendi a respeitar cada um dos Vereadores desta Casa, e conhecê-los na sua individualidade e na sua peculiaridade. E posso com absoluta tranqüilidade dizer, Ver. Jocelin Azambuja, também outro Vereador, e que não conseguiu a reeleição por uma dessas razões que muitas vezes não se entende. Porque, V. Exa. foi, no mais claro sentido da palavra Vereador, V. Exa. foi Vereador na plenitude da expressão. Sou testemunha e não me canso de dizer isso fora do Legislativo Municipal em reconhecimento ao trabalho que V. Exa. desenvolveu nesta Casa e os próprios Vereadores do PT que podem ter alguma contrariedade com V. Exa. jamais poderão deixar de reconhecer o grande trabalho legislativo nesta  Casa e, talvez, V. Exa. tenha sido vítima do excesso de trabalho, porque o tempo que V. Exa, dedicou aos projetos e discussão dos mesmos aqui dentro desta Casa lhe diminuíram a possibilidade de fazer a campanha eleitoral e, às vezes, o povo também erra e tenho certeza de  que no seu caso e em outros que tive oportunidade de referir, cada um  é uma marca de perfil de grande trabalho parlamentar. Não há dúvida alguma de que o povo errou, mas, infelizmente, o povo deixa de eleger Jocelin Azambuja e, sem qualquer crítica a qualquer outro Vereador que tenha sido eleito, elege um novo Vereador que tenho certeza que poderá ser igual a V. Exa., à Helena Bonumá, ao Ver. Mário Fraga, ao Zanella ao Ver. Raul Carrion e a tantos outros, mas tenho certeza de que melhores do que V. Exa. não o serão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): A seguir, passamos para a

 

ORDEM DO DIA

 

A Mesa vai suspender os trabalhos da sessão para reunião conjunta das comissões no Plenário.

 

(Os trabalhos foram suspensos às 11h22min.)

 

O SR. PRESIDENTE ( Às 11h27min): estão reabertos os trabalhos.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

2º TURNO

 

PROC. 2575/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA n.º 004/96, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que acrescenta o inciso XX ao art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. (prazo para o Prefeito manifestar-se quanto a Pedido de Providências)

 

Observações

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA em ambos os turnos -.Art. 130, § 6º, do Regimento da CMPA;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia nos termos do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PELO nº 04/96 (Após a chamada). APROVADO em 2º Turno, por 28 votos SIM.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3234/93 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº  047/93, de autoria do Ver. Artur Zanella, que estende a Área Urbana de Ocupação Intensiva do território do Município de Porto Alegre. Com Substitutivo n.º 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;

- nos termos do Art. 19, I, "n", do Regimento, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do autor quanto à mudança da espécie deste Processo, tendo em vista a natureza da matéria, deixando o mesmo de tramitar como PLL n.º 150/93 e passando a PLCL n.º 047/93;

- adiada a discussão por três Sessões.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Requerimento): Solicito o adiamento de votação do PLCL nº 47/93 por duas sessões. Peço a palavra para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Arthur Zanella está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores , este Projeto é de 1993 e trata do início da Avenida do Trabalhador que vai da Av. Oscar Pereira até a Restinga, estrada Costa Gama. Nesta Avenida existe criação de cavalos, de cães, pode-se colocar de tudo nesta Avenida, menos loteamento para o trabalhadores se quiserem fazer um loteamento de luxo pode. Então eu fiz um Projeto deixando que nesta área se construíssem loteamentos para classe de baixa renda e dando incentivos para isso. No meio do Processo, alertado por pessoas ligadas ao planejamento do Municípios de que se poderia incentivar a construção de outras coisas em conjunto com técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento, apresentei um Substitutivo que foi, na verdade, elaborado em 90% por esses técnicos, que são da Secretaria do Planejamento do Município, sem garantia nenhuma de aprovação. Esse é o Projeto que está aí, ocorre que nesse interim, de 1993 para cá, entra o Plano Diretor. Então vou transformar esse Projeto, que é somente um corredor, não expande a Cidade, pelo contrário, adensa a cidade entre a Restinga e a Oscar Pereira, fazendo uma Emenda ao Plano Diretor, para que assim seja analisada, e, se possível, ainda apresentarei outro da Restinga até a Lomba do Pinheiro, ou mesmo na Avenida do Trabalhador, como um corredor. Peço o adiamento por duas sessões, que tranportasse a votação desse Projeto para o dia 15 de fevereiro do ano que vem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Artur Zanella. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, o adiamento do PLCL n.º 47/96 por duas sessões.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para agilizar os trabalhos, enquanto se vai construindo o consenso sobre a ordem de votação eu quero apresentar a seguinte proposta: o Projeto da folha 8 já foi votado; o PLCL 20/96 (fl. 9) foi transferido para último, com isto, entramos na votação do PLE 63/96 (fl. 10) que cria os cargos de Monitor da SMED o qual teve a sua discussão encerrada, está no período de votação. Sem prejuízo dos próximos requerimentos, eu encaminho o Requerimento para que nos passássemos a frente de todos os Projetos e entrássemos em votação.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai observar, rigorosamente, o encaminhamento regimental. Não há necessidade para votarmos o Projeto de folhas 10, Vereador, pois neste momento já foi votado o projeto da folhas 8 e o da folha 9 foi votado para ser o último na Ordem do Dia, fomos ao 11 e agora estamos no de folhas 10. Vamos ingressar na apreciação do Projeto de folhas 10 imediatamente, a menos que o Plenário de forma soberana, resolva o contrário.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu sou um excluído, é verdade. Eu fiz um Requerimento, foi o primeiro que entrou e não foi votado.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, não foi votado e esclareço as razões para V. Exa.: não houve consenso em relação ao Requerimento, se V. Exa. insistir eu colocarei em votação mesmo sem consenso. Mas, V. Exa. centralizou ate há pouco as conversações na busca de um consenso tanto é que os seus colegas Vereadores estavam, todos, em torno de V. Exa. buscando definir um consenso. Agora, se não houve, nós colocaremos em votação todos os Requerimentos que sejam apresentados à Mesa, mas, nos colocaremos em votação o PLE 63/96 (fl. 10.).

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 2777/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 063/96, que cria cargos na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. (Monitor SMED)

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, §1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE 63/96. O Ver. Mário Fraga está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, só para relembrar os vereadores do processo que estamos votando, já que está meio atribulada a Sessão. Nós vamos votar o processo que cria vinte e oito cargos de Monitores no município, que serão distribuídos entre três escolas, duas existentes e uma nova. São vinte e oito cargos de Monitores e, na opinião deste vereador - estou falando pelo partido, mas não falei com todos companheiros, mesmo porque o partido não é consenso a esse processo -, não é possível três escolas admitirem vinte e oito Monitores.

Acho, como vereador, que esses vinte e oito Monitores deveriam ser distribuídos de uma melhor forma, Ver. Clóvis Ilgenfritz. Por isso, estou contra o processo nesse momento Estou encaminhando pelo PDT, por uma deferência especial do nosso líder Nereu D'Ávila, mas digo que a questão não é fechada, dentro do PDT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Como de um modo geral tem sido, o Executivo praticamente não manda subsídios nenhum para a Casa na votação dos Projetos; manda Projetos de duas, três folhinhas, sem maior explicação e assim fica para a Câmara votar. Mas, como sempre, a Câmara é boazinha e acaba aprovando tudo. De qualquer maneira, não há condições de aprovar um Projeto dessa natureza. É um Projeto que não especifica onde vão se desenvolver os trabalhos, não diz quantas crianças estudam nessas escolas, qual é a capacidade de cada escola, qual o número de turmas, quais as necessidades. Essas coisas devem ser especificadas. A Câmara não pode ficar aprovando projetos que só dizem que são tantas crianças de 0 a 6 anos com a especificação da atividade a ser desenvolvida, pois não se sabe quantas crianças são de creche, quantas são de maternal, quantas são de pré-escolar. Não há nenhuma discriminação, só diz o Projeto que são crianças de 0 a 6 anos.

São Projetos mal encaminhados, às pressas. Tiveram muito tempo para encaminhar não precisavam fazê-lo somente no dia lº de novembro. Há uma grande equipe de assessoria, são quase 300 funcionários na SMED para trabalhar e apresentar projetos corretos. Mandaram somente no dia 1º de novembro quando sabiam que iam ter necessidades. Ora, mandassem em inicio de agosto, para que fossem analisados nas Comissões de Educação, de Justiça, de Finanças e Orçamento. Mas, esse é como todos os Projetos que vem para esta Casa: não passam pelas Comissões, vem para Plenário, e se aprova na marra. Aí acontece, Srs. Vereadores, o que aconteceu neste ano, quando o plano de prestação de contas que o Município faz excluiu o quadro com o número de professores. Eles não existem mais na prestação de contas que fazem à Câmara. É bom que os Vereadores analisem isso para o ano que vem. Por tudo isso, nós vamos votar contra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quem dá 0,29% de reposição salarial, quem tomou o salário dos municipários em maio do ano passado, não tem o direito de aumentar o numero de servidores num quadro que, nós últimos anos, cresceu na média de mil por ano. Portanto, sou contra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Milton Zuanazzi está com a palavra para encaminhar o PLE 63/96.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em função do acordo da Ordem do Dia, sabemos que este Projeto não é de consenso, não entendo por que, neste exato momento, vamos votá-lo. Há um Requerimento, e o mais sensato seria votarmos os processos de págs. 35, 36, 37 e 38, que tem consenso imediato, daí avançaríamos em quatro projetos, porque ninguém vai discutir o projeto da moradia e saneamento. Então, está se criando um problema na votação da manhã de hoje, já são 11h49mim. e acredito que não conseguiremos votar este Projeto, em função dos encaminhamentos e dificuldades criadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, solicito que V. Exas. votem este  Projeto com a sensibilidade política que esta Casa sempre teve durante esses 4 anos, e com a responsabilidade de quem é co-participante na gestão da Cidade. E a cidade precisa colocar para as nossas crianças e adolescentes, especialmente aqui neste Projeto para crianças de zero a seis anos, a ampliação do número de vagas. Alguns Vereadores trouxeram a questão da instrução do Processo. Talvez, Srs. Vereadores, pudéssemos ter na Exposição de Motivos, melhor colocado para onde vão os Monitores. Mas é verdade, também, que a nossa Bancada - para justamente sanar essa limitação do Projeto, ou seja, da Exposição de Motivos - trouxe essas informações e debateu-as com os Vereadores desde o dia de ontem. Disse de uma forma muito transparente, através de documento oficial da Secretaria de Educação do Município que os Monitores serão utilizados na Escola Municipal Infantil da Restinga Velha, e nas escolas que estão sendo ampliadas na Tio Barnabé que atende filhos de funcionários do nosso Município, e na Escola Municipal Érico Veríssimo. Aqui, não se trata da questão em si, da instrução do Projeto, mas aquilo que o Ver. Milton Zuanazzi, ontem, trouxe a esta tribuna.

Nós estamos ampliando o atendimento escolar no Município de Porto Alegre. Nós estamos garantindo mais vagas, trazendo servidores para o quadro, não para a burocracia, mas para o atendimento da população, onde os projetos em curso neste País somente cortam na área de saúde e educação. E aqui crianças de 0 a 6 anos serão atendidas com mais condições. E o Município estará ampliando vagas, Ver. Mário Fraga, especialmente na Restinga, onde V. Exa., Ver. Mário Fraga, tem um trabalho a respeito, todo especial.

Concluo, pedindo aos Vereadores que aprovem este projeto com a responsabilidade pública que temos de criar matrículas para o próximo ano. Muito obrigado.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Airto Ferronato para discutir.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem recebi em meu gabinete a presença de um Diretor de Escola, amigo meu, conheço-o há muito tempo. E ele me pediu que votasse favorável ao Projeto expondo suas razões. Eu gostaria de dizer que não voto aqui, nem nunca votei, porque uma pessoa isoladamente, me pediu. Agora, voto favorável ao Projeto, eis que ele trata de uma área que versa sobre educação. E eu, como professor que sou, acredito que é importante e necessário que se leve à educação os meios que se precisa.

Portanto, acompanho a posição exposta ontem pelo Ver. Reginaldo Pujol de votar favorável.

Hoje temos em votação diversos Projetos, entre outros um que trata do IPTU para a área rural, que precisa ser votado hoje para entrar em vigor dia 1º de janeiro. Sobre este Projeto estive ontem com produtores rurais até mais de meia-noite, estavam os produtores e o Secretário da Fazenda.

Acho que podemos pensar numa espécie de entendimento, mas com o cuidado de ter em mente aqueles projetos que necessariamente devam ser votados hoje. Daí porque estou atento a qualquer Requerimento que venha a ser apresentado nestes termos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores ontem já havia na discussão, como salientou o Ver. Airto Ferronato, sobre a nossa dificuldade em conciliar a nossa permanente cobrança no sentido de se priorizar a educação com recursos tanto financeiros, como humanos, e com a dificuldade de ao apagar das luzes de uma Legislatura, ter que deliberar sobre um assunto com que todos concordamos, que apesar dos esforços da Vera Maria do Rosário, no sentido de trazer dados e esclarecimentos, não está perfeitamente esclarecido.

Quero declarar, peremptoriamente, com a responsabilidade de quem procura exercer seu mandato com a maior dignidade possível que dói votar esse Projeto da forma com que será votado, de certa forma, até violento-me, mas o farei.

Eu não quero escrever na minha biografia a afirmação de que eu estou, de uma forma ou de outra, obstando a que o Município melhore a educação na Cidade de Porto Alegre. A responsabilidade dessa contratação, que o Ver. João Dib salienta, é excessiva, traz inconvenientes, não é bem clara. Fala-se na criação de uma escola na Restinga, nós esperamos que ela seja, efetivamente, criada, ainda para o próximo ano letivo, e com toda essa soma de responsabilidade, não tenha omissão a minha forma de agir. Com todas essas colocações, com todas essas ressalvas, estou antecipando que vou votar a favor a que o Município contrate 28 Monitores para trabalhar em uma escola infantil que, anuncia-se será criada na Nova Restinga, e que se complemente a atuação das escolas do Município, cuja identificação não ficou plena. Seja onde for, mas que seja pela educação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação PLE 063/96, que será nominal por solicitação do Ver. Reginaldo Pujol. (Após Chamada.) APROVADO por 21 votos SIM, 05 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

Na forma regimental, nós convidamos o Ver. Lauro Hagemann e Ver. João Motta para que introduzam no Plenário a delegação da palestina em visita a nossa Casa Legislativa.

 

(Faz-se a composição da Mesa com os representantes da Palestina)

 

Esta Casa tem a enorme satisfação de receber o Sr. Embaixador da delegação da Palestina no Brasil, Embaixador Musa Amer Odeh' O Prefeito da Cidade de Gaza, Sr. Aoun Sã di El Shawa; o Sr. Issa Tarzi, Membro do Conselho Municipal da Cidade de Gaza na área de Esportes, o Sr. Rabee Ayyad, Diretor-Geral do Conselho Municipal da Cidade de Gaza..

Queremos saudar a presença de representantes palestinos aqui residentes na Cidade de Porto Alegre. A nossa Cidade tem uma enorme satisfação e é um momento histórico muito significativo receber esta delegação. O Rio Grande do Sul, Porto Alegre e o nosso País tem uma formação baseada sobretudo, em etnias migratórias que construíram, no curso dos anos, este País, são alemães, italianos, negros, índios, portugueses, judeus, árabes, russos, poloneses e todos deram a sua enorme e decisiva contribuição para que esse Estado se tornasse o que é, fruto, sobretudo, desse verdadeiro cadinho racial, haja vista que esta Mesa Diretora tem, na sua composição um filho de judeus e um filho de árabes, o que revela por si só as características desta Cidade e do nosso Estado.

Esta Casa também tem dois dias especiais de homenagens a povos, por força de Lei, ela tem um dia destinado à solidariedade ao Estado de Israel e tem, por igual, no curso de sua história também, um dia de solidariedade ao povo Palestino. Essa característica revela que nós do Rio Grande do Sul e nesta Câmara, muito antes dos encontros que buscam o entendimento e a paz naquela conflagrada região do mundo, no Oriente Médio, nós, aqui em Porto Alegre, embora a nossa competência legal seja tratar dos assuntos referentes a Cidade de Porto Alegre, nunca ignoramos o que acontece com os povos do mundo inteiro. E a questão daquela região sempre tem sido objeto de manifestações, de preocupações e de reflexões desta Casa.

Por último, nós queremos expressar e desejar a todos e sobretudo, ao Sr. Embaixador da Delegação Especial da Palestina no Brasil e ao Prefeito de Gasa, que ajudem e contribuam com os seus esforços e com suas determinações, garra e coragem para que, finalmente, possamos estabelecer um clima de paz naquela região. Sabemos que os momentos são difíceis mas não perdemos a esperança de que possa se construir uma paz duradoura e definitiva, com entendimento de dois povos, cuja característica básica é que são irmãos, povos que têm raízes semíticas.

Convido o Ver. João Motta e Ver. Lauro Hagemann para fazerem a entrega de uma obra sobre a Cidade de Porto Alegre. Que essas poesias e essas fotos possam inspirar o seu trabalho na Cidade de Gaza.

 

(É feita a entrega da obra.)

 

Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann,

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Senhor Presidente desta Casa Legislativa; Senhor Embaixador, nosso velho conhecido: Senhor Prefeito de Gaza que nos visita; Senhor Conselheiro Municipal da Cidade de Gaza, nosso Companheiro Conselheiro Municipal de Gaza, Vereador daquela Cidade, Concidadão Ahmad Ali : Senhores Vereadores. A presença do Senhor Prefeito de Gaza não e apenas cortesia, por razões especiais eu soube que Sua Excelência visita Porto Alegre com uma incumbência especial que ele mesmo se atribuiu, de andar pelo mundo auscultando as coisas boas que ele pudesse levar para a sua cidade, Gaza, a fim de transformá-la numa cidade moderna, capaz de competir com as cidades do Oriente Médio, no oferecimento de condições de vida de seus concidadãos. E por uma razão muito particular, ele escolheu Porto Alegre para vir auscultar, o que nós fazemos é interessante para levar para a sua cidade, e aqui estamos com a comitiva de Gaza. Porto Alegre deve se sentir muito honrada com essa visita, porque, durante dois dias, eles poderão observar um programa traçado pela Prefeitura, as coisas que nós podemos oferecer-lhes como contribuição para levarem à cidade de Gaza.

Nesta visita, a comitiva vai poder observar a disposição nossa, de porto-alegrenses, de gaúchos, de brasileiros, que acolheram os palestinos que foram espalhados pelo mundo, depois de 1948, e que aqui vieram contribuir com o seu trabalho, com o seu esforço, para a construção da nossa Pátria, eles poderão observar e levar de volta, também, a nossa preocupação com a tranqüilidade e com a paz que deve reinar naquela parte do mundo, para que todos nós, como já disse o Presidente da Casa, Ver. Isaac Ainhorn, possamo-nos sentir mais seguros, mais confiantes em relação ao que nos reserva o mundo a partir do terceiro milênio.

Queremos que os Palestinos achem o seu caminho, que o seu território seja reconhecido como Estado soberano. Queremos que a paz entre árabes, palestinos e judeus seja um fato concreto, para que nós aqui, também, que recebemos as colônias israelenses e palestinas, possamo-nos sentir tranqüilos em relação àquela parte do mundo. Sejam muito bem-vindos, aproveitem bem essa curta estada e voltem quando quiserem. Muito Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós concedemos a palavra ao Ver. João Motta.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Prezadas autoridades já mencionadas, prezado companheiro Ver. Isaac Ainhorn; Ver. Luiz Fernando Záchia, Secretário da Casa.

Eu registro a nossa saudação, pela Bancada do Partido do Trabalhadores e pelo conjunto das demais Bancadas, aos visitantes. Há 10 dias atrás, nós começamos, juntamente com a Embaixada, a montar a Agenda, aqui em Porto Alegre,  e deixamos em aberto os temas e as áreas a serem visitadas. Eu gostaria de, rapidamente, passar as áreas, para conhecimento dos Srs. Vereadores, que foram escolhidas pela Delegação para serem visitadas, aqui em Porto Alegre. Esta Agenda começou ontem, teve início, hoje, pela manhã, às 8h30min, da manhã, com a ouvida de várias pessoas que vivem, aqui em Porto Alegre, esta experiência da participação das comunidades na gestão do Orçamento. Houve, também, uma visita num Posto de Unidade Sanitária na Vila Bom Jesus. Agora, há um almoço programado e, à tarde, haverá uma visita numa Escola, com um elenco de três temas: participação política, saúde, educação. A próxima área a ser visitada é a área do tratamento de esgoto, no DMAE, são duas obras e duas dependências dessa área do serviço público a ser visitada; a Estação de Tratamento de Esgoto da Zona Sul e a Hidráulica do Moinhos de Vento. A agenda encerra, hoje, com a área da cultura e ainda na área do lazer, com duas visitações.

Nós tivemos que suspender, hoje, pela manhã, uma visita a uma comunidade da Zona Norte, onde os nossos visitantes iriam conhecer alguns trabalhos de geração de renda, na medida em que, para nós que estamos mais distantes e acompanhamos aquela experiência no Oriente Médio, nós geralmente pegamos apenas a dimensão política do problema, mas gostaríamos de chamar a atenção que está sendo gestado, na verdade, um novo País, naquela região, e, para isso, como qualquer construção, ela se inicia de baixo para cima, como os alicerces. E não existe País que não se torne viável sem que tenha algum tipo de projeto na área econômica.

Os Projetos objetos dessa visita são projetos alternativos de geração de renda, inclusive na área das chamadas iniciativas de autogestão e cooperativismo. Aqui em Porto Alegre, como já sabemos, existem várias iniciativas nessa área, e estamos tentando viabilizar esse conhecimento e essa troca de experiência.

Registro mais uma vez a nossa saudação aos visitantes e a nossa expectativa de que essa visita não se encerre em si, mas tenha seqüência, a partir de agora num intercâmbio e um relacionamento mais presente em nós, inclusive com a expectativa de que um dia consigamos que alguns Vereadores de Porto Alegre tenham a oportunidade de conhecer a experiência que vocês estão vivendo, que é histórica e muito séria, que é a construção de um País. Saúdo-os em nome do conjunto das Bancadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de reiterar ao senhor Embaixador, ao Sr. Prefeito, Vereadores e demais autoridades que compõem essa delegação, mais uma vez, a nossa satisfação de tê-los aqui conosco. Foi uma honra recebe-los, interrompendo a Ordem do Dia, de votação de projetos. Ao final, apenas duas palavras, e nessas duas palavras, que são sinônimas, em línguas diferentes, expressamos os sentimentos, com certeza, de todos os Vereadores desta Casa: Salam Shalon.

Interrompemos por dois minutos a Sessão para as despedidas. (As 12h20mim.)

 

O SR. PRESIDENTE (As l2h25min):Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Nada contra o Ver. Artur Zanella que ia ocupar a tribuna, mas há um Requerimento feito pelo Ver. João Dib que tem que ser votado e V. Exa. comprometeu-se em votá-lo logo após o término da votação do Projeto anterior. Com todo o respeito a V. Exa. penso que temos que votar.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA (Requerimento): Conversamos com as Lideranças e incluindo uma parte do Requerimento do Ver. Dib, que é, em parte, concensual, sugiro outro Requerimento à Mesa, ordenando da seguinte forma: fl. 31, 35, 36, 42, 19, 37, 38, 39, 20 e 29. E o que conversamos com os Vereadores é que na seqüência tentaremos acordar mais uma seqüência de projetos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa consulta o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: O Ver. João Dib não quer ser consultado.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu ia discutir esse processo, que eu já havia indicado a V. Exa. como extremamente polêmico, apesar do meu parecer favorável, o parecer é restritivo, e se for retirado todo o art. 8º porque isso pode quebrar a Prefeitura. Ele não é um processo normal, é muito complicado, se vão votar primeiro o Requerimento do Ver. João Dib. para mim tudo bem.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. João Dib solicitando alteração na ordem de votação dos Projetos constantes na Ordem do Dia.

Em votação o Requerimento do Ver. João João Dib. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: SR. Presidente, Srs. Vereadores como sempre, o Executivo tenta impor e não sabe negociar. Quer que à sua vontade seja feita de qualquer maneira. O Ver. João Dib apresentou uma proposta fruto de uma consensualidade entre as principais Lideranças desta Casa. De repente, o Ver. José Valdir faz uma outra proposta, bem razoável, até, com princípios. Agora, vem o Líder da Bancada do PT, muda tudo, faz uma outra proposta, porque é a que quer que seja votada. Deixo registrado aqui a falta de bom senso, como sempre, do Partido do Governo, da Bancada do Governo, que tenta enfiar goela abaixo tudo o que quer, até as coisas mais simples, como a ordem dos trabalhos. Em respeito ao que se tratou anteriormente, ao Ver. João Dib, que estimulou essa negociação, peço voto favorável ao Requerimento do Ver. João Dib. Muito obrigado.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de ordem): Sr. Presidente, há um Projeto de minha autoria, que trata do IPTU, que deve ser votado nesta Legislatura. Vai haver Sessão Extraordinária à tarde?

 

O SR. PRESIDENTE: Ainda não há nada definido, Vereador.

Vamos Colocar em votação o Requerimento do Vereador João Dib que solicita alteração na ordem de apreciação dos projetos. A votação será nominal por solicitação do Ver. Jocelin Azambuja. (Após a chamada.) REJEITADO por 12 votos SIM e 13 votos NÃO.

Em discussão o segundo Requerimento, de autoria do Ver. Henrique Fontana. A proposta é o primeiro bloco de projetos, ou seja: PLL 135/96; PLL 169/96; PLL 170/96; PR 31/96;  PLL 91/96; PLE 68/96; PLE 69/96; PLE 71/96; PLL 116/95 e PLL 116/96 (fls. 31, 35, 36, 42, 19, 37, 38, 39, 20 e 29 da Agenda desta Sessão.)

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, folha 15 nós temos um Projeto de minha autoria. Para discutir esse processo tivemos diversas reuniões inclusive ontem ficamos até a 1 h da manhã, tratando com a Secretaria da Fazenda Municipal e com os agricultores, para se implantar, em Porto Alegre uma alíquota de IPTU especial para a agricultura. Se nós não fizermos isso na manhã de hoje, corremos o risco de fazer com que um agricultor em Porto Alegre, que paga 28 reais de ITR, venha a pagar, no ano que vem, 10, 12 ou 15 mil reais.

Eu ainda não pedi para que este Projeto seja o primeiro porque nós, no acordo de ontem, tratamos das alíquotas e estão sendo redigidas algumas Emendas que eu pedi para serem feitas lá na Fazenda. Nós não podemos incluí-lo em primeiro, porque ainda precisamos das Emendas que estão sendo elaboradas; não podemos deixá-lo por último. Mas deixar o Projeto de fora, é impossíve1. Coloquem onde quiserem, mas não deixem de fora esse Projeto, ou correremos sérios riscos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Vereadores, quando eu digo saúde e paz, as palavras partem do fundo do meu coração. Eu nunca uso palavras, na tribuna ou em qualquer lugar que seja que não expressem àquilo que eu penso e é por isso que se eu não tivesse sido desconsiderado, ao longo de todo o ano, pela Mesa Diretora pelo Vereador que dirige a Mesa – se eu não tivesse sido desconsiderado todo o ano, não estaria acontecendo o que aqui ocorre.

Eu sou um homem de atitudes, estou pedindo que as relações do homem que dirige a Mesa com o Ver. João Dib sejam apenas protocolares para que não ocorra um incidente mais grave amanhã ou depois. Chega de desconsideração! Fui desconsiderado desde o primeiro minuto da Ordem do Dia, e até antes, por isso nós estamos aqui fazendo toda essa votação e perdendo todo esse tempo! Pouco se me dá o Requerimento que seja aprovado, pode ser ele, pode ser qualquer um outro e eu não tenho nenhuma restrição aos que assinam e que encaminham requerimentos. As restrições estão para quem dirige a Mesa e estas são absolutamente claras em razão de as desconsiderações que recebi ao longo de todo o ano! Não vou ter das saudades da Direção da Mesa! Sou grato, Srs. Vereadores. Saúde e paz! isso é para todos, eu não faço exceção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador,)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de passarmos a palavra ao Ver. Henrique Fontana, que fará o encaminhamento do seu Requerimento, gostaríamos de esclarecer a V. Exas que esta Presidência tem tratado com respeito e dignidade todos os Vereadores, que aliás, merecem isso, por isso houve uma manifestação da Presidência neste sentido. Ela não se arredará um minuto da legalidade e do respeito aos Srs. Vereadores, portanto, não concorda com as manifestações pessoais, mas respeita o direito que tem o Ver. João Dib de fazer o seu pronunciamento desta forma.

Colegas Vereadores, que sejam testemunhas e magistrados dessas manifestações.

O Ver. Henrique Fontana está com a palavra.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar gostaria de colocar a nossa mais absoluta concordância e compromisso com a preocupação do Ver. Airto Ferronato que demonstra, de fato, como temos procurado trabalhar representando a Executivo nesta Casa.

O Ver. Ferronato, nesta tribuna, deu um depoimento de qual é a forma que nós dialogamos em torno dos Projetos. Por exemplo; a Secretaria Municipal da Fazenda sentou durante horas com o Ver. Ferronato e sua equipe para estabelecer um critério que fosse consensual para que a cidade resolva este problema sério que o Vereador está propondo resolver através do Projeto de Lei que regulamenta a questão do IPTU em área hoje rural.

Segundo, sentamos com os Vereadores, e não é fácil fazer um acordo em torno da ordem dos Projetos, porque não se trata da vontade do Executivo e da vontade das Bancadas outras que não a do Executivo. Ao contrário, cada um dos Vereadores tem uma lógica legítima que entende que seu Projeto deve entrar na frente e assim por diante. E o que nos concluímos foi que estes 10 Projetos faziam parte de um primeiro entendimento da grande maioria de que poderíamos avançar os trabalhos votando este Requerimento, que não dava conta de toda Ordem do Dia. Entendemos que existem Projetos polêmicos e que pode haver negociações durante o caminho, como este, do Ver. Ferronato, a qualquer momento, quando se bater o martelo na questão da qualificação do Projeto, ele pode vir com um novo Requerimento com a Ordem do Dia para a ordem de votação imediatamente.

Agora, não é razoável criar um clima neste final de Legislatura ou na antevéspera de uma eventual Convocação Extraordinária, pois os Vereadores têm seus Projetos que querem ver votados este ano ou, o próprio Executivo talvez tenha Projetos inadiáveis que precisam ser avaliados. Então não se pode, com isso, criar um clima que o Ver. Jocelin está tentando criar, de que a Bancada do Executivo não está querendo dialogar, não está querendo compor a Ordem do Dia e dos trabalhos. Ao contrário, estamos fazendo tudo o que é possível, mas é preciso sentar com todos os Vereadores, pois não é fácil chegar a esta lógica.

Então o nosso pedido é para que se atenda este Requerimento. Começamos os trabalhos e, a qualquer momento, podemos alterar novamente, se houver um entendimento da maioria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Consultando o companheiro de Mesa, Ver. Fernando Zachia, vamos trabalhar até o prazo legal e regimental para que matérias possam ser votadas aqui na Casa. Se for necessário, à tarde, e à noite nós vamos até o período legal e regimental é a zero do dia de hoje. Já estão, de antemão, convocados todos os Vereadores.

Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer em primeiro lugar, que a Bancada do PTB não estará presente na parte da tarde. Nós teremos uma reunião do nosso Diretório Regional, na Assembléia Legislativa, e também após o meu pronunciamento a Bancada estará se retirando deste Plenário em sinal de protesto justamente pela forma como sempre o Executivo conduziu e manipulou este Plenário, tentando de todas as formas, impor a sua vontade. Isto causou a muitos Vereadores insatisfação durante o ano inteiro, durante a Legislatura toda e agora mesmo provocou que grande parte dos Vereadores se retirasse do Plenário pela falta de sensibilidade da Bancada governista, pela falta de visão política, porque o que presta, e o que o PT faz, o que é bom, é o que o PT faz, o que satisfaz, é aquilo que a Liderança do PT quer. Isto não pode ser! Em política as coisas não pode ser assim. Eu tenho pena dos Vereadores que irão ficar o ano que vem. Este ano, esta Legislatura foi um fiasco. E, a do ano que vem, então, iniciará de forma mais vergonhosa ainda, com a imposição do goverrno petista. Foi um fiasco, Srs. Vereadores, no sentido da imposição!

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Jocelin Azambuja, a Mesa interrompe o seu tempo e apela para o alto espírito democrático dos Srs. Vereadores que, respeitosamente, ouçam o orador que se encontra na tribuna. Faço um apelo porque o Vereador está externando a sua posição e não está sequer fazendo qualquer manifestação de caráter que fira o decoro parlamentar nessa Casa.

Vereador, a Mesa assegura o tempo de V. Exa.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Muito Obrigado, Sr. Presidente. Mas eu dizia, Sr. Presidente, foi um fiasco a posição assumida pela Bancada governista e pelo Executivo Municipal de tentar sempre impor a sua vontade de todas as formas. Isto é lamentável, não contribui em nada para a democracia! Eu imagino que se  eles conseguiram isso com 10 vereadores com 14, então, Deus nos livre do que vai acontecer aqui dentro a partir de 15 de fevereiro de 1997! Eu lamento, porque isto não é bom para a democracia, isso não é bom para a política, isso não é democrático e nem saudável. Até nas pequenas coisas, Ver. Henrique Fontana, V.Exas. querem impor a vontade dos Senhores e isso não é correto.

Por isso, retiro-me desta tribuna com tranqüilidade. A autocrítica, sim, eu faço, trabalhei com seriedade, tenho certeza que muitos vereadores trabalharam com seriedade, mas o governo tem que aprender a ter posições respeitosas ao Poder Legislativo. Hoje o Ver. João Dib foi desrespeitado, porque os senhores não souberam compor e cumprir com aquilo que estavam compondo com o Ver. Dib. Acho que assim como fizeram com o Ver. Dib tem feito com outros Vereadores desta Casa. Lamento, por isso estou-me retirando, pedindo votação nominal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. MÁRIO FRAGA (Questão de Ordem): Gostaria que V. Exa. me deferisse um pedido: gostaria de ter vista ao Processo 3112/96, se possível neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu não posso dar vista. A questão de ordem de V. Exa. é anti-regimental, uma vez que V. Exa. só pode, na Ordem do Dia, tratar de projeto da Ordem do Dia. Esse projeto não está na Ordem do Dia.

 

O SR. MÁRIO FRAGA: Eu divirjo de V. Exa., Questão de Ordem eu posso fazer a qualquer momento.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. sabe disso como vereador experimente que é.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: E possível adendar esse Requerimento?

 

O SR. PRESIDENTE: Agora não é mais possível. Logo após a votação V. Exa. pode formular o Requerimento que esta Mesa vota.

Em votação nominal o requerimento do Ver. Henrique Fontana. (Após a chamada.) APROVADO por 15 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: Para um Requerimento o Ver. Airto Ferronato está com a palavra.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Requerimento): Sr. Presidente para não ser tão radical, requeiro que o PLCL 13/96 (fl. 15) seja o terceiro a ser votado.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Isso não existe. O Vereador pode fazer outro requerimento tentando colocar, mas não colocar em 30, 40 lugar. Nesse caso, nós somos bobos. Levamos 40 minutos para chegar a um consenso!

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Vou refazer o meu Requerimento: requeiro que seja o primeiro a ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Airto Ferronato, solicitando que após o Processo de fls. 29, seja votado o Projeto de autoria do Ver. Airto Ferronato, de fls. 15. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2158/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/96, de autoria do Ver. Isaac Ainhom, que denomina e delimita o Bairro Iguatemi no Município de Porto Alegre. Com Substitutivo nº 01.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, IV, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Ver. Mário Fraga): Em discussão. Não havendo inscritos em votação. O Ver. Isaac Ainhorn  está com a palavra para encaminhar o PLL 135/96.

 

O SR: ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu apenas gostaria de esclarecer a V. Exas. que este Projeto estabeleceu como proposta, em função de tudo o que representou a implantação do Shopping Iguatemi, de criar o nome ao bairro, àquelas pessoas que dirigem-se àquela região, junto ao Iguatemi. Conseguimos a adesão de pessoas, que moram no entorno, no entanto gostaríamos de esclarecer que no projeto original, na elaboração do Projeto, houve uma reação muito grande de algumas comunidades contrarias ao Projeto, conquanto ele abarcava áreas da Chácara das Pedras e do Bairro Três Figueiras. Recebemos os Presidentes das diversas Associações daquelas comunidades e chegamos a um entendimento.

Numa reunião realizada numa Igreja próxima à Chácara das Pedras ficou decidido que excluiríamos de qualquer introdução dentro desse novo bairro áreas da Chácara das Pedras e do Bairro Três Figueiras, o que foi feito no Substitutivo nº 1, limitando o bairro ao entorno do Iguatemi, excluindo, portanto, qualquer área do Bairro Três Figueiras e Chácara das Pedras. Foi o consenso estabelecido junto com a comunidade local. Eram esses os esclarecimentos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Substitutivo nº 1 ao PLL nº 135/96.

Os Srs. Vereadores que e aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. Portanto fica prejudicado o Projeto original.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2908/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/96, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Praça Parque Residencial Malcon um logradouro o público localizado no Bairro Sarandi.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CUTHAB e CECE. Relator – Geral Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo quem queira discutir, em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2912/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/96, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Salomão Malcon um logradouro público localizado no Bairro Sarandi. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CUTHAB e CECE. Relator-Geral Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo inscritos para discutir, em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o PLL nº 170/96.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3078/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/96, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 3321, de 8 de agosto de 1998, que cria cargos de Assessor Técnico Especial no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CRIPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo quem queira discutir em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO o PR 31/96.

 

DISCUSSÃO GERAL VOTAÇÃO

 

PROC. 1926/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 091/95, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que autoriza o Poder Executivo a demolir o Muro da Mauá, e da outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mário Fraga: pela aprovação do Projeto.

 

Observações

- na Sessão Ordinária de 19.08.96, discutiram a matéria os Vereadores N. D'Ávila, F. Záchia, G. Barbosa, R. Pujol, P. Brum e J. Dib;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESDIENTE: Em discussão o PLL nº 091/95. O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para discutir.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu Parecer na Comissão de Finanças, que foi aprovado, é pela rejeição do Projeto. Por que nos rejeitamos o Projeto? Porque a nossa Comissão trata de Finanças e orçamento, como o próprio nome indica e, efetivamente, em termos orçamentários essa demolição não tem previsão de recurso orçamentário , o que também vai custar alguma coisa para a Prefeitura. Eu tenho a impressão que no aspecto urbanístico, quem tinha que tomar decisão era a CUTHAB. Então, a rejeição foi por problemas orçamentários e financeiros. Coloquei, também, uma Emenda, depois de ouvir a explanação do Sr. Secretário dos Transportes, dizendo que essa autorização, se aprovada, só será válida após a implantação do novo sistema de proteção. Então, não é derrubar para ver como fica depois. Primeiro, constrói um novo sistema, que foi apresentado aqui, e depois se quiser demolir, que faça a demolição.

Encerro dizendo que o meu Parecer é quanto ao aspecto financeiro e orçamentário, pela rejeição e vou votar a favor do Projeto, porque o Prefeito Municipal saberá avaliar bem as condições de manutenção ou não daquele muro em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão do presente Projeto. Em votação o PLL nº 091/95. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com as abstenções dos Vers. Guilherme Barbosa e Henrique Fontana.

Em votação a Emenda nº 1.(Pausa.) Os Srs: Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3012/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 068/96, que autoriza a Prefeitura Municipal de Porto Alegre a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal - CEF, visando a implementação, no Município de Porto Alegre, do Programa de Saneamento - PRO-SANEAMENTO, e dá outras providências. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Mário Fraga: pela aprovação do Projeto.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta da CMPA - Art.122, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo quem  queira discutir, em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam  permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o PLE 68/96, com voto contrário do Ver. João Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL .E VOTAÇÃO

 

PROC. 3013/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 069/96, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal, visando a implementação, em nossa cidade do Programa PRO-MORADIA, e dá outras providencias. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB. Relator-Geral Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Projeto.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM;

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo inscritos, passamos a votação. A palavra com o Ver. Nereu D'Ávila para encaminhar.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para registrar que havia um óbice com os moradores do Jardim Vila Nova em  relação àquele assentamento que V. Exas. são conhecedores, porque tivemos Tribuna Popular, reuniões e diversas coisas. Quero dizer, para  encaminhar, que chegamos a um acordo no sentido de que seja aprovado  esses 10 milhões para o DEMHAB construir as 1.010 novas moradias, por que o Ver. João Verle, num gesto de alto espirito democrático, num  gesto de apego às convicções que defende, esteve presente na comunidade e comprometeu-se com ela, em nome do Prefeito, da Administração, a estudar melhor esse assentamento destinado as 96 famílias no Jardim Vila Nova.

Diante disso, nós com a comunidade chegamos a um consenso de  que votaríamos favoravelmente com esse compromisso do nobre Ver. João Verle, em nome da Administração. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, o PLE nº 69/96. (Após chamada). APROVADO por 19 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3114/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 071/96, que autoriza o Po der Executivo Municipal a contratar concessão de uso com a Empresa BR PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A, e dá outras providências. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Motta:

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta da CMPA - Art.  82, § 1º, VII, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Com a palavra, para discutir o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores gostaria, hoje, neste momento, que os Vereadores prestassem atenção para não me cobrarem depois.

Vote; contra este Projeto porque creio que ele é absolutamente ilegal. A origem dele é o acordo, feito com a PETROBRÁS em 1988, pelo qual esta Casa, sob o apupo de um bando de desocupados, que vieram aqui atrapalhar aquela Sessão aprovou o Projeto Praia do Guaíba e, ao mesmo tempo, a pavimentação da Av. Edvaldo Pereira Paiva, e a Prefeitura deu 14 pontos para a PETROBRÁS instalar os seus postos de gasolina, a  Prefeitura não aceitou nenhum dos 14 pontos, e até hoje o impasse perdura.

Essa e uma das raízes desse Projeto. A outra raiz é a concessão feita 1972 pelo Prefeito Telmo Thompsom Flores, de postos de gasolina para a Ipiranga, para PETROBRÁS, não lembro se também para a Shell, pelo qual durante 10 anos essas empresas fariam a exploração destes postos, com mais 10 anos de prorrogação, Em 1992 terminou o contrato, há 4 anos a PETROBRÁS está ocupando irregularmente esses postos de gasolina. A PETROBRÁS não é o Governo Federal, tem o nosso carinho, mas e uma empresa.

Num acordo realizado pela Prefeitura, não é judicial, a Prefeitura concede uso para 5 postos, já ocupados pela PETROBRÁS, e cobra um aluguel de um milhão e alguma coisa em 20 anos, o que dá, aproximadamente, 14 mil reais por mês. Não sei se é muito, ou pouco, ocorre que esses postos de gasolina não têm nada a ver com a lei de 1988, essa lei era 14 pontos para a PETROBRÁS construir postos de gasolina, não para usar os postos já existentes. Em segundo lugar, esses postos não tem nada a ver com a PETROBRÁS, ela está ocupando irregularmente, está pagando, não tem contrato, não tem nada. A Procuradoria do Município indica isso. Ocorre que agora, 4 anos depois, a Prefeitura faz concessão sem licitação, é uma empresa privada, tem de haver concorrência pública, tem que ter licitação.

Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, votarei novamente contra, e como não quero mais me incomodar com o Tribunal de Contas de nenhuma forma. Respondi processo no Tribunal de Contas por que a CRTUR emprestou uma sala, com autorização do Governador, para o Instituto Histórico Geográfico, porque a chuva caiu lá dentro. O Tribunal de Contas me multou, já consegui tirar a multa, com a autorização do Governador, e Ministério Público tirou agora o Instituto Histórico e Geográfico, porque tinha que ter licitação. Então, Sr. Presidente, só queria comunicar aos Vereadores, não fiquem magoados comigo, vou pegar esse processo, depois de aprovado, e encaminharei ao Tribunal de Contas para ressalvar a minha responsabilidade.

 

(Não revisto pelo orador,)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este sem dúvida nenhuma, e o mais afrontoso dos processos que deram ingresso nesta Casa em toda esta Legislatura. Nós estamos lembrados das críticas violentas feitas ao ex-Prefeito Alceu Collares, pela permuta da Av. Edvaldo Pereira Paiva por estes postos de gasolina. Agora este, não tem nem 48 horas na Casa, hoje estamos a 13 de dezembro, ele entrou no dia 11, procurei aqui a hora e nem esta foi registrada, que pressa, que barbaridade, que falta de respeito do Legislativo consigo mesmo! Que falta de consideração da Câmara Municipal com ela própria! Isto aqui é afronta, eu não voto este tipo de matéria, não tem 48 horas na Casa, tem 48 meses de desaforos à pessoa de Alceu Collares.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para discutir.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O apagar das luzes de uma Legislatura se identifica pelo tempo e pela vontade expressa pelo Executivo, e ·que nós poderíamos classificar como sendo uma das grandes tentativas de engodo em cima desta Casa. E algo que, não só alguns integrantes da Bancada Governistas de hoje, tiveram, quando não-Vereadores, a oportunidade de se deita nesta Avenida, bloqueando-a, de virem esta Casa, sapatearem cima das mesas, de subirem, chaminé - e o Ver. Giovani Gregol não está ai - e depois de todo este movimento, de todo este bloqueio, de toda a vontade ou a falta de vontade de resolver o problema, vem, com algumas horas de antecedência, um problema de grande dimensão para a Cidade de Porto Alegre.

Dizem as Lideranças do Partido governista: não, agora é para solucionar. Mas solucionar o que? Solucionar aquilo que foi obstaculizado durante muitos anos, que foi denunciado como sendo irregularidade. Foi denunciado ao Tribunal de Contas como sendo irregularidade, publicado na imprensa e agora vem para votação? Se vem dos éticos, dos morais; se vem do PT é ético, é moral. Se vem do PDT é imoral. Isto não é política de bom senso, e nem sei sequer se é política. A agressão sofrida pelo meu Partido durante Governo, e logo após o Governo, e as tentativas de denúncias por todos os meios foram fantásticas. E, agora, querem fazer aprovar, em poucas horas, no fim de uma Legislatura, algo que não é só polêmico, algo que é irregular, também . Não vem sanar nenhum Problema. Vem criar maior irregularidadel envolvendo esta Casa nas irregularidades praticadas pelo PT. Nesse sentido, gostaria de solicitar, pelo menos, um pouquinho de bom senso. E a retirada desse Projeto, ou se a Bancada governista insistir na votação, não podemos, as oposições, aceitar isso. Estaremos coniventes com a irregularidade praticada pelo PT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a palavra.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, ouvi com atenção a fala do Ver. Wilton e do Ver. Dib, e de fato quero também, Ver. Zanella, só pela eloqüência da fala dos dois Vereadores, propondo que não se vote o Projeto neste momento porque consideram que faltam esclarecimentos, informações, e é um argumento muito forte dizer que em 48 horas, sem os esclarecimentos devidos, precise-se votar esse Projeto, temos a seguinte expectativa: Primeiro, vamos procurar chamar os quadros do Executivo que participaram de toda a composição dessa negociação para esclarecer coisas, e vamos acordar se é possível, ou não, votar ainda hoje, ou na Extraordinária, se houver. Não gostaríamos de votar neste momento diante do questionamento colocado pelo Ver. Wilton, pelos Vereadores que falaram. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais Vereadores para discutir, encerramos a discussão do presente Projeto.

Quero informar a V.Exas. que estou convocando uma Sessão Extraordinária para as 15 horas. Temos que promulgar, inclusive, o Projeto do Ver. Fernando Záchia de Emenda à Lei Orgânica, que deve ser em Sessão Extraordinária.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Para um esclarecimento. Pergunto a V. Exa. porque às 15 horas? São 13h15mim, num ritmo de final de trabalho, acho que uma hora de almoço é mais do que razoável agora, às 15 horas, me parece que os eleitos têm algum compromisso.

 

O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Airto Ferro nato.

 

AIRTO FERRONATO: Este nosso empreendimento continua se houver quórum à tarde?

 

O SR. PRESIDENTE: Evidentemente que o quórum é o pré-requisito da legalidade. São 13h22mim, e sou obrigado a fazer a prorrogação da Sessão que encerrou-se às treze horas e dezoito minutos. Convido o Ver. Fernando Záchia para fazer a votação para ver se tem quórum para continuidade da Sessão.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Solicito verificação de "quorum".

 

O SR. PRESIDENTE (Após a chamada): Não há "quorum". Declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 13h29min.)

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